terça-feira, 13 de dezembro de 2016

DESIGUALDADE & GLOBALIZAÇÃO


DESIGUALDADE & GLOBALIZAÇÃO

Não é de hoje que renomadas  instituições pelo mundo afora divulgam advertências avisando do perigo do impacto  negativo da globalização sobre países do terceiro mundo, onde esse sistema de relacionamento econômico entre as nações – admitamos, de virtudes inegáveis - parece ser, de modo direto ou indireto, a causa do surgimento de um novo colonialismo, evidenciado  no aumento da supremacia  dos países ricos sobre os menos afortunados, o que, de certo modo, lembra aziagos tempos  que deixaram uma longa sequela de desgraças em boa parte do Planeta.
 É claro que o termo “globalização” suscita embates eletrizantes entre os que estão a favor - que apontam os resultados positivos -  derivados do crescimento espetacular do comércio, do turismo e dos investimentos internacionais - com aqueles preocupados com a concentração crescente da riqueza, o aumento do desemprego, o escasso dinamismo do crescimento em dois de cada três países do Planeta e a falta de respostas contundentes para as disparidades sociais.
Ou colocado sob outro ponto de vista: Ganha espaço nas mesas de discussão a ideia de que a globalização não favorece os povos, muito menos os países pobres e, pelo contrario, de forma intensiva, privilegia discriminadamente os países ricos e seus rebentos mais festejados, as grandes corporações, essas sim as grandes beneficiárias da internacionalização da economia mundial.

E não apenas os países da periferia são incluídos como prejudicados, senão que também uma parte importante da população das nações ricas sofre com os resultados desse processo, que Antonio Guterrez, novo Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), classifica como  “os perdedores da globalização”.
De muitos modos, eles se sentem ignorados pelos políticos, o que aumentou o apoio a agendas nacionalistas, como nas eleições dos Estados Unidos e no referendo para saída do Reino Unido da União Europeia, exemplo que tem um alto potencial para alastrar-se por outras nações do Velho Continente.
Temos que aceitar que não se pode mais escapar à comunidade global, embora nossa vida fosse  (quem sabe) provavelmente mais fácil se o mundo deixasse de interferir em nosso caminho. Mas já que isso não é possível, teremos pela frente, queiramos ou não, a inevitabilidade de compartilhar mais riscos de flutuações indesejáveis da economia  globalizada e haverá sempre uma boa chance de que algo saia errado em alguma parte do mundo e venha atrapalhar nossa “tranquilidade”.
Nas últimas décadas, os exemplos são claros em deixar a descoberto essa dependência e confirmar que todos dependemos de todos, para o pior ou o melhor.
Agora, parece mais que evidente que nesse garimpar de um caminho novo – seja lá o que isso venha significar nesse entrechocar de mundos em colisão – não pode ficar nenhuma dúvida que, de todos os modos imagináveis, é fundamental para as nações que pretendem sobreviver nos séculos vindouros investir pesadamente e perseverar continuamente na busca de mais conhecimento, amparado na  inovação e na modelagem do espírito com  princípios éticos e morais, sem os quais as grandes construções humanas não passam de gigantes com pés de barro.
Aqui, na terra descoberta por Cabral, temos um imenso desafio para transformar o Brasil em uma nas nações de vanguarda – no mais amplo sentido do termo – nas próximas décadas desse Século XXI que, ainda que pleno de incertezas, não deixa de oferecer a oportunidade de atender os anseios de um tempo cada vez melhor.

 

 


 

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