segunda-feira, 14 de novembro de 2016

UMA NOVA ESPERANÇA







O Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, adotado pelos líderes mundiais em dezembro de 2015 na capital francesa - que já entrou em vigor em 04.11.2016 - é a mais vigorosa tentativa, aceita por todos os grandes emissores de gases de efeito estufa, para estabelecer mecanismos que pretendem evitar que a temperatura media global aumente mais de 1,5º graus até o final do Século XXI.

Trata-se de um projeto ambicioso, fundamental para a sobrevivência da civilização tal como a conhecemos hoje, que resume o objetivo compartilhado de um esforço gigantesco para evitar a catástrofe anunciada por prestigiosos organismos de pesquisa dos efeitos devastadores da mudança climática.

Efeitos terríveis

No seu recente relatório anual, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) revela que os gases com efeito de estufa retidos na atmosfera – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso - atingiram um novo recorde em 2015, continuando a corrida que alimenta uma sequência de efeitos catastróficos sobre a civilização (despreocupada?) que desfruta das benesses do Planeta Terra em esse início de Século XXI.

Efeitos que mostram seus malefícios na mudança do clima, no aumento de acidez das águas dos oceanos, no derretimento das calotas polares e dos gelos das alturas, no aumento de inundações pelos excessos de chuvas em determinados locais, no aumento de doenças do aparelho respiratório e na extinção ou escassez de espécies animais, só para citar os mais visíveis. Ainda mais: todos de efeitos colaterais que sustentam uma corrente de males calamitosos para a continuidade da vida no Planeta.

"O CO2 permanece na atmosfera durante muitas centenas de anos e nos oceanos ainda mais tempo. As emissões passadas, presentes e futuras terão um impacto cumulativo tanto no aquecimento global como na acidificação dos oceanos", afirma Michel Jarraud, secretário-geral da OMM.

Um tempo muito curto

Ironicamente, nos tempos atuais, no auge do conhecimento, da tecnologia e da riqueza global, esta é a única geração capaz de se autodestruir na longa história do homem na Terra. E não esta demais aproveitar essa ocasião para repensar alguns modelos - econômicos, social, político, moral e de códigos de relacionamento - que o saber convencional aceita, submissamente, como verdades incontestáveis.

Isso, se outra coisa não foi, é o que se desprende dos maiores eventos mundiais - Rio 92 e Rio 2012 - que tentaram chegar um consenso sobre as medidas necessárias para mudar esse “status quo que assombra o futuro da humanidade”. Que, essencialmente pode resumir-se em poucas palavras: “Precisamos mudar, com a máxima urgência possível, nosso modo de produzir e de desfrutar da riqueza”.

E aplicar os princípios do Programa das das Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), sintetizado na Economia Verde como a fórmula ideal para mover as engrenagens da riqueza global, que pode ser assim definida: È aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Ela tem três características preponderantes: é pouco intensiva em carbono, eficiente no uso de recursos naturais e socialmente inclusiva.

 Aprenderemos um dia?

 

 

 

 

 
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sábado, 5 de novembro de 2016

DESENVOLVIMENTO


 
Dizem que não existe mentira maior que uma meia verdade, que aqui no Brasil costuma ser vistosamente embala em “programas” que - a realidade assim comprova - servem apenas de cortina de fumaça para esconder a falta de um projeto de desenvolvimento que sirva de guia aos esforços de conduzir o País pelo caminho do progresso.

 Esses “programas” estão sempre sujeitos ao vaivém dos interesses políticos do momento ou a pressão de interesses divorciados do bem comum, sem a garantia essencial de continuidade para garantir sua efetividade que, em consequência, passam a fazer parte de um cemitério de mais de 35.000 obras públicas inacabadas que apenas servem para provar  o desleixo e incompetência da governança, alem de cumprir seu papel nefasto de desviar recursos para fins inconfessáveis.

 Então, para suprir essa falha gritante, é necessário melhor, fundamental, unir sociedade, governo, partidos políticos, universidades, empresários, sindicatos, enfim, todas as forças vivas e atuantes para elaborar um PLANO DE DESENVOLVIMENTO que seja o reflexo inequívoco do clamor da imensa maioria do povo brasileiro e, muito especialmente, que transcenda do timing eleitoral, dos governos de plantão assim como dos interesses deste ou daquele partido e da pressão de grupos econômicos poderosos que, deve observar-se, são obstáculos espinhosos que dificultam alcançar os objetivos pretendidos.

 Quem sabe podemos concordar que esse projeto nacional seja um plano de desenvolvimento sustentável, que deve ser  entendido como aquele que considera que o crescimento do Produto Interno Bruto somente significa progresso quando medido pela redução efetiva do abismo social, Em tempo: O Brasil ostenta o triste (vergonhoso) lugar de situar-se entre os 5 países de maior desigualdade de renda entre os 193 sócios da ONU!

 E que, ao mesmo tempo em que estabelece como norma permanente um profundo respeito pelo meio ambiente, como lógica de  sobrevivência, mantêm políticas claras para o crescimento dos setores chaves da economia, sempre de olho para manter o egoísmo natural das forças orientadas pelos mercados no justo calibre do interesse maiores do País, humanizando e transformando positivamente as relações entre o capital, a tecnologia, o governo e o trabalho, num ambiente onde as leis são claras, aplicáveis por uma justiça rápida, eficiente, isenta e respeitada.

 Que também não deixa dúvidas sobre a intenção de estabelecer como permanente a iniciativa por parte da sociedade organizada, reduzindo e transformando, paralelamente, o papel do estado. E que faz do governo uma bem aceitada estrutura, regida por princípios de honestidade, austeridade, eficiência e produtividade, fundamental para manter a inflação, as contas públicas e o endividamento, interno e externo, sob absoluto controle. e assim, obter os recursos imprescindíveis para investimentos verdadeiramente produtivos.

 E, o  mais importante: Que dá a mesma importância à transferência de conhecimentos como a introdução de formas inovadoras para completar permanentemente a educação de cada indivíduo como ser humano-social, em todas as etapas de sua vida, preparando-o assim para cumprir sua missão de agente maior do progresso, do orgulho e do bem estar  da Nação.

 Atrevo-me a pensar que, caso essas sejam as bases de um projeto de desenvolvimento sustentável, forjando um país melhor para os que aqui estão e os muitos que virão. No fundo  até que o produto interno bruto nem precisa crescer muito desde que aumente muito a felicidade interna do povo brasileiro. Que, aqui entre nós, é o que realmente importa.

 Bem, tudo isso na expectativa (esperança) que aqueles que tem poder – político, econômico, social – cumpram seu cometido guiado por princípios de ética e moral, alicerçados no interesse maior do povo brasileiro.

 Assim, tudo é possível.