sexta-feira, 28 de outubro de 2016

UMA REALIDADE CRUEL

                 
Uma realidade cruel

 Os mais sábios afirmam que as crises são cíclicas, inevitáveis e servem para pôr a prova o direito real do homem à sobrevivência. Tem, para muitos, o efeito de uma capina de  proporções gigantescas que, como fruto radioso, vai possibilitar o desenvolvimento sadio da  planta-mãe da  prosperidade. Até porque, de um modo ou de outro, tem sido assim desde os tempos bíblicos.

 Nos últimos anos, essa “capina” tem sido particularmente severa  nos países emergentes, o Brasil no meio, que devem pagar o preço das loucuras da má gestão econômico-financeira de alguns assim como o desprezo incrível nos padrões de ética e de moralidade, associados ao aumento da desigualdade e sua corte de malefícios sociais. E tudo, embalado na volatilidade de uma massa fantástica de recursos que, sem rumo e sem pátria, procura apenas o lucro, “duela a quién duela”.

Novos paradigmas

Nessa insanidade, que hipoteca o futuro, as grandes e mais ricas nações tem culpa redobrada, dando a impressão, muitas vezes, de contemplar o mundo do alto de sua soberba, sempre pródigos do velho conselho: “façam o que eu digo, não o que eu faço”.  Traço típico do um colonialismo caduco!

Assim, os mais fracos - países, empresas e pessoas--  são os que pagam a maior parte da conta gerada pela ineficiência mundial  – e sua dose infinita de egoísmo - em formular e adotar sistemas mais seguros de convivência e distribuição da riqueza global.

Daí resulta imperioso estabelecer-se um sistema que procure harmonizar os interesses das nações mais poderosas com os justos anseios das menos afortunadas que, por outra parte - não podemos esquecer! - serão mercados muito mais interessantes quanto mais usufruírem da riqueza planetária.

Por outra parte, resulta evidente que a forma do jogo econômico para os próximos anos já está delineada, confirmando uma interdependência cada vez mais forte entre as nações,  onde todos dependem de todos,  numa espécie de imenso carrossel  onde o equilíbrio é obtido, ainda que precariamente, na continuidade do movimento.

No mesmo barco

A “crise” desse começo de Século, se para outra coisa não serve,  prova como são fortes as amarras econômicas que prendem as nações e, ao mesmo tempo, comprova como é frágil à estrutura mundial de geração e distribuição equitativa de riqueza tem uma capacidade imensa para gerar perigos impensados para a segurança global.

Tanto é assim que em diversos pontos do mundo, inclusive no Brasil, movimentos iniciados por lideranças que possuem a sensibilidade e a ousadia de tentar formular novos paradigmas, começam a esboçar um novo modelo que, na sua essência,  pretende oferecer alternativas para substituir as regras do jogo das nações e das empresas nessa luta pelo predomínio mundial a qualquer custo.

 Nessa busca de soluções, alguns trazem a tona princípios da teoria alemã de desenvolvimento das décadas de 50/60, traduzida nos conceitos de “economia social de mercado”, firmemente entrelaçados com o respeito e preservação do meio ambiente. Enfim, tudo serve parar enriquecer o debate e encontrar caminhos mais convenientes para evitar que a desigualdade global seja o estopim de novas crises de efeitos terríveis.

Felizmente, esse esforço está privilegiando a consolidação de uma nova visão menos egoísta e mais direcionada para valorização da pessoa como ser social e objetivo primeiro dos sistemas de gestão das nações

 

 

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