A
fartamente comentada nova crise mundial de 2016 é um outro
episódio daquilo que alguns economistas de vanguarda costumam apelidar como “soluços crônicos do sistema capitalista”. É que, na verdade, nos
últimos 300 anos esse fenômeno, se repete incansavelmente, ainda que com
diferentes tons e efeitos, lembrando a fragilidade das estruturas criadas para
dirigir a economia e os caminhos a ser percorridos pela humanidade.
A
mais recente, cujos efeitos ainda perduram, foi o terremoto financeiro iniciado
em 2007 turbinado pelos subprime (créditos
podres) que, para alegria de poucos e o desespero de muitos, marcou o primeiro
grande desastre da economia globalizada no Século XXI, cujos efeitos
desastrosos foram mais notórios, como sempre, na maioria que menos tem e mais
precisa.
Agora, nesse
começo de ano – que para os chineses é o ano do macaco, iniciado em 08 de fevereiro, pleno bons presságios de acordo
à tradição – a economia mundial procura vacilante um caminho tentando o
equilíbrio no meio das incertezas derivadas da queda do ritmo de crescimento da China; da elevação da cotação do dólar
em relação às moedas de países emergentes; da redução do preço das commodities,
o petróleo é destaque; do aumento dos desentendimentos entre as grandes
potencias; da desconfiança da classe empresarial e da redução dos investimentos
produtivos.
Isso, apenas
para citar os entraves mais conhecidos que tiram o sono dos responsáveis por
manter taxas de desenvolvimento adequadas em 9 de cada 10 países do globo.
Em tempo: Um
aspecto normalmente ignorado é que essa forte borrasca carrega, escondido
convenientemente entre negras nuvens, um fato intrigante (?) que acende um
sinal vermelho para manutenção do consenso social e que foi definido por Joseph
Stiglitz – Premio Nobel e critico cáustico do sistema atual de produzir riqueza
- como “um notório acirramento da diferença na distribuição
da renda mundial”.
O que se
verifica, tal como atestam prestigiosas organizações internacionais, é o fato preocupante
de que, apesar das crises – ou como resultado delas, como muitos suspeitam – a concentração da riqueza
aumenta exponencialmente, atingindo o absurdo
de que apenas 1% da população possui o equivalente à renda dos demais 99% de
habitantes deste sofrido Planeta.
O
sistema
reserva instrumentos apropriados para esse saque da riqueza planetária em
beneficio de privilegiados, como bancos, juros, bolsas de valores, promoção do
consumismo, cumplicidade do governos corruptos, entidades multinacionais, conflitos
de toda natureza e, como não podia deixar de ser, as 1.000 maiores empresas do
planeta. E outros, cuidadosamente
escondidos nos porões onde são guardadas as indignidades da Historia.
Lideranças esclarecidas advertem que essa situação está no centro das forças
que empurram uma boa parte da sociedade para a violência, a insegurança, as
drogas e uma descrença total nos valores mais apreciados da condição humana.
Contudo, ainda que abatidos por esse caos, nunca podemos esquecer que, tal como registra a História desde tempos imemoriais, sempre depois da tempestade o sol volta a brilhar!
Contudo, ainda que abatidos por esse caos, nunca podemos esquecer que, tal como registra a História desde tempos imemoriais, sempre depois da tempestade o sol volta a brilhar!
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