A primeira
potencia
Lembrando a
previsão feita pelo Banco Mundial em 2014, Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001, Diretor do
Departamento de Economia da Universidade de Columbia, New York, autor de fama
mundial e crítico agudo do sistema liberal-capitalista, em recente estudo
publicado no New York Times afirma: "A China entra em 2015 na primeira posição considerando o poder de compra* onde provavelmente
ficará por um bom tempo, senão para sempre. “Desta forma, volta para o lugar
onde esteve ao longo da maior parte da história humana”.
Ou, sob tal enfoque, os 1.360.000.000
chineses – dos quais 750.000.000 na área rural – podem ser avaliados como o maior mercado consumidor do mundo. Enfim, de qualquer modo, é um
modo de liberar-se da camisa de força da medição tradicional da riqueza,
proporcionando a cada país um lugar mais
de acordo com sua real potencialidade.
Por outra parte, isso pode ser considerado
também como uma chamada geral para que mais empreendedores-exportadores, dotados de visão, audácia e coragem, avancem
na construção de laços de negócios com o grande país asiático – que desde 2013
é o maior parceiro comercial do Brasil – e aproveitem as oportunidades criadas
por uma sociedade ávida por novidades e por usufruir das “delicias do consumo”,
onde o Made in Brasil –e isto não
pode ser esquecido - tem a força de uma marca muito bem recebida e prestigiada
pelos clientes das terras do dragão.
* O
"PPP" (Poder de Compra) estima
o PIB com base no real custo dos preços e serviços, como se todos os países
tivessem uma moeda comum, e não nas taxas de câmbio, que são voláteis e dão um
peso desproporcional para quem tem moeda forte. É ponderado como uma medida
muito mais adequada da produção anual da riqueza de uma nação.
Uma história reveladora
Faz pouco mais de uma geração que eram contados os economistas que
se atreviam apostar que a China poderia um dia situar-se entre as maiores
economias do mundo. No início década dos 80, no principio da corrida para o
futuro da era Deng Xiaoping, pesava fortemente em contra de qualquer visão mais
otimista tanto o pesado fardo dos tempos de Mao – morto em 1976 – assim como o
preconceito de ser um país comunista que, no imaginário divulgado pela CIA,
seus dirigentes comiam criancinhas no café da manhã. Ainda, para fazer mais tenebroso o quadro, exibia
terríveis deficiências econômicas e sociais. E mais: era muito longe, pouco
conhecido, escondido pelo véu obscuro dos mistérios do Oriente e, para agravar,
abrigando a maior massa de excluídos e famintos do mundo.
Mas, nos últimos 30 anos, para assombro dos céticos e olho gordo
dos tradicionais donos do poder, numa corrida brilhante para o progresso – a
história econômica do planeta não registra outro caso igual- já no início da
segunda década do Século XXI a China alcançaria a posição da segunda potência
econômica do mundo – na medida
tradicional do PIB, que leva apenas em conta a cotação da moeda nacional com
relação ao dólar - e somaria um conjunto impressionante de sucessos
econômicos, políticos e sociais suficientes para deixar de barbas de molho os
EUA, líder habitual dos recordes planetários.
E tudo alcançado a partir da visão e da liderança firme de Deng,
artífice máximo na construção de um novo sistema de desenvolvimento, denominado
“socialismo de mercado” ou “capitalismo no estilo chinês”.
Que, no final das contas, deu certo!