terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O GRANDE DESAFIO


 A Conferencia Mundial do Clima, COP 21, realizada em Paris sob os auspícios das Nações Unidas – que tem liderado a luta para incentivar os países a implementar medidas urgentes para combater o aquecimento global – finalizou com um acordo histórico que, para muitos cientistas pode significar um ponto de inflexão na desvairada corrida na “construção de um mundo sujo” alheio aos danos causados à Mãe Natureza e nos limites ecológicos do Planeta.

É, sem dúvida, um primeiro grande passo para uma caminhada sabidamente longa e cheia de obstáculos, da qual agora estão comprometidas a participar - a partir de 2020 - praticamente todos os países do mundo e cujos resultados positivos tem o potencial de transformar de forma notória a forma e a qualidade de vida de bilhões de pessoas.

O mundo não pode continuar indiferente às forças que cavam sua destruição, como reconhece na sua monumental encíclica Laudato sí o Papa Francisco: “O desafio urgente consiste em proteger nossa casa comum e para isso precisamos (citando ao Papa João Paulo II) de uma conversão ecológica global, uma cultura do cuidado que impregne toda a sociedade”.

Na mesma linha de pensamento, o ministro de Negócios Estrangeiros da França e presidente da COP-21, Laurent Fabius. declarou: ”A luta contra o aquecimento global é mais que uma questão ambiental. É condição essencial para fornecer ao mundo comida e água, para salvar a biodiversidade e proteger a saúde, para combater a pobreza e a migração em massa, para desencorajar a guerra e promover a paz e, ao final, para dar uma chance ao desenvolvimento sustentável e à vida”.

Por outra parte, Ban Ki=moon, Secretario-Geral das Nações Unidas afirmou categoricamente referindo-se ao histórico pacto: “Esse acordo tem que dar certo, porque não temos um plano B como não temos um planeta B”.

Em tempo: Em seu polêmico documentário, de 2006, Uma verdade Inconveniente, o vice-presidente do governo de Bill Clinton (1993-2001), Albert Arnold Gore, político, escritor e ativista ambiental, alertava para os danos causados ao planeta pelo aquecimento do clima e clamava por uma maior atenção dos governos para adoção de medidas urgentes para corrigir essa situação. Com isso, passou a ser a ser a primeira mostra documentada deste Século de que algo anda muito mal e que são necessárias medidas urgentes e globais para deter essa ameaça que coloca em risco a sobrevivência de nossa civilização.

Outra verdade não dita, sem dúvida também inconveniente, é que uma mudança no modo de produzir riqueza pode (deve) produzir rachaduras significativas na geografia do poder. Assim, muitas lutas, disfarçadas ou não, deverão eclodir para atrasar o processo, com a ajuda indispensável da cortina de fumaça do consumismo, para ganhar o tempo necessário para criar e consolidar os sistemas, os produtos, os monopólios e os mercados, assim como registrar as patentes e aperfeiçoar as organizações imprescindíveis para manter o sistema vigente de produzir riquezas - que já emplaca os 300 anos - sob controle de seus atuais donos.

De tudo, veremos nas próximas décadas os resultados dessa batalha pela sobrevivência do Planeta Azul.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

UMA LUTA DE TODOS


A Conferencia Mundial do Clima, COP-21, realizada em Paris no início de Dezembro, com a presença de 195 países mais a EU, desde já considerada o mais importante encontro global na tentativa de encontrar um consenso para um compromisso entre todas as nações com o objetivo de manter o aumento da temperatura média da Terra, até o fim do Século, dentro de limites que permitam a continuidade de nossa civilização.

Isso, em outras palavras, ao mesmo tempo em que significa uma redução no modo de produzir energia derivadas do carvão e do petróleo - os dois maiores agentes isolados responsáveis pela elevação da temperatura terrestre – assinala a necessidade de promover fontes alternativas, não emissoras de gases nocivos, tanto para substituir parte de nosso modo predador de produzir riqueza como para atender o crescimento forçoso da demanda de uma sociedade ainda presa a padrões de consumo e bem estar que teima em ignorar as evidentes limitações do Planeta.

No seu recente relatório anual, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) revela que os gases com efeito de estufa retidos na atmosfera – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso - atingiram um novo recorde em 2013, continuando a corrida alucinada que conduz a uma cadeia de efeitos catastróficos sobre nossa civilização.

Efeitos que mostram seus danos nas secas cada vez mais devastadoras e freqüentes; no aumento de acidez das águas dos oceanos; no derretimento das calotas polares e dos gelos das alturas; no aumento de inundações pelos excessos de chuvas; na extinção de espécies; no aumento da poluição; e no aumento de doenças do aparelho respiratório, só para citar os mais visíveis. Mas todos eles de efeitos colaterais que sustentam uma corrente de males calamitosos para a continuidade da vida no Planeta.

Mas, felizmente, quem sabe acuados por uma realidade que cobra vitimas em todos os países, sem distinções, a COP-21, chegou a um acordo histórico para implementar um gigantesco esforço comum, que vincula, obriga e coloca todas as nações, nas devidas proporções - aqui são destaque a China, os EUA e os membros da UE – na tarefa gigantesca de tomar as medidas necessárias para evitar que o aquecimento global não ultrapasse o limite de 1,5 ºC até 2100 acima do valor médio da época pré-industrial.

É claro, estamos no começo de uma longa e árdua jornada que será, sem dúvida pontilhada por uma resistência feroz dos atuais detentores das formas tradicionais, “sujas”, de produção de energia.

Porém, ao mesmo tempo, do surgimento e consolidação de novos sistemas de produção de riqueza melhor preparados para os novos tempos.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

OS GEMIDOS DA TERRA



Ainda que para muitos possa parecer exagerado – nesse grupo tem destaque muito especial aqueles aferrados ao sistema vigente de produção de riqueza, independente dos danos causados a Natureza – as evidencias científicas e as projeções realizadas pelos melhores especialistas do mundo, não deixam dúvidas de que a mudança climática é o suficiente real e perigosa como para sacudir, de modo catastrófico, as bases de nossa civilização.

Conclusão: Se não agimos com decisão, rapidez, coragem e coordenação, seguramente teremos custos políticos, econômicos, sociais, ecológicos e culturais de proporções desconhecidas.
Por isso é de fundamental importância que os mais de 180 países participantes da Conferencia Mundial do Clima realizada em Paris neste início de Dezembro cheguem a um acordo que vinculem todas as nações deste sofrido, agredido e abusado Planeta num objetivo maior de tomar medidas efetivas para deter o processo de aquecimento e manter a meta de uma elevação máxima de 2º C. até o final do Século sobre os níveis da época pré-industrial.

Numa atitude exemplar, os dois maiores poluidores do mundo – China e EUA, responsáveis pela emissão de 60% dos gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global – já assumiram solenes compromissos para patrocinar ações inovadoras e vigorosas para redução desses sutis assassinos da vida.

No seu recente relatório anual, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) revela que os gases com efeito de estufa retidos na atmosfera – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso - atingiram um novo recorde em 2013, continuando a corrida que alimenta uma sequência de efeitos catastróficos sobre nossa civilização.

Efeitos que mostram seus danos nas secas cada vez mais devastadoras, no aumento de acidez das águas dos oceanos, no derretimento das calotas polares e dos gelos das alturas, no aumento de inundações pelos excessos de chuvas em determinados locais, no aumento de doenças do aparelho respiratório e na extinção ou escassez de espécies animais, só para citar os mais visíveis. Mas todos eles de efeitos colaterais que sustentam uma corrente de males calamitosos para a continuidade da vida no Planeta.

De tudo, resulta cada vez mais urgente aplicar os princípios do Programada das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), sintetizado na Economia Verde como a fórmula ideal para mover as engrenagens da riqueza global e que pode ser assim definida: ”È aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Ela tem três características preponderantes: é pouco intensiva em carbono, eficiente no uso de recursos naturais e socialmente inclusiva”.

Bem, nos últimos 300 anos de nossa Era Industrial, muito pouco disso foi lembrado e aplicado no vórtice de um sistema que exige continuamente mais e mais: Mais produção, mais consumo, mais riqueza para atender os anseios dos mercados sempre em procura do máximo. Sem limites!

Só que a Terra começa a mostrar seus limites!