A
Conferencia Mundial do Clima, COP 21, realizada em Paris sob os auspícios das
Nações Unidas – que tem liderado a luta para incentivar os países a implementar
medidas urgentes para combater o aquecimento global – finalizou com um acordo histórico
que, para muitos cientistas pode significar um ponto de inflexão na desvairada
corrida na “construção de um mundo sujo” alheio aos danos causados à
Mãe Natureza e nos limites ecológicos do Planeta.
É, sem dúvida, um primeiro grande passo para
uma caminhada sabidamente longa e cheia de obstáculos, da qual agora estão
comprometidas a participar - a partir de 2020 - praticamente todos os países do
mundo e cujos resultados positivos tem o potencial de transformar de forma
notória a forma e a qualidade de vida de bilhões de pessoas.
O mundo não pode continuar indiferente às
forças que cavam sua destruição, como reconhece na sua monumental encíclica Laudato sí o Papa Francisco: “O desafio urgente consiste em proteger
nossa casa comum e para isso precisamos (citando ao Papa João Paulo II) de uma
conversão ecológica global, uma cultura do cuidado que impregne toda a
sociedade”.
Na mesma linha de pensamento, o ministro de
Negócios Estrangeiros da França e presidente da COP-21, Laurent Fabius. declarou:
”A luta contra o aquecimento global é
mais que uma questão ambiental. É condição essencial para fornecer ao mundo
comida e água, para salvar a biodiversidade e proteger a saúde, para combater a
pobreza e a migração em massa, para desencorajar a guerra e promover a paz e,
ao final, para dar uma chance ao desenvolvimento sustentável e à vida”.
Por outra parte, Ban Ki=moon, Secretario-Geral das Nações Unidas afirmou
categoricamente referindo-se ao histórico pacto: “Esse acordo tem que dar certo, porque não temos um plano B como não
temos um planeta B”.
Em
tempo: Em seu polêmico documentário, de 2006, Uma verdade Inconveniente, o
vice-presidente do governo de Bill Clinton (1993-2001), Albert Arnold Gore,
político, escritor e ativista ambiental, alertava para os danos causados ao
planeta pelo aquecimento do clima e clamava por uma maior atenção dos governos
para adoção de medidas urgentes para corrigir essa situação. Com isso, passou a ser a ser a primeira
mostra documentada deste Século de que algo anda muito mal e que são
necessárias medidas urgentes e globais para deter essa ameaça que coloca em
risco a sobrevivência de nossa civilização.
Outra
verdade não dita, sem dúvida também inconveniente, é que uma mudança no modo de
produzir riqueza pode (deve) produzir rachaduras significativas na geografia do
poder. Assim, muitas lutas, disfarçadas ou não, deverão eclodir para atrasar o
processo, com a ajuda indispensável da cortina de fumaça do consumismo, para
ganhar o tempo necessário para criar e consolidar os sistemas, os produtos,
os monopólios e os mercados, assim como registrar as patentes e aperfeiçoar as
organizações imprescindíveis para
manter o sistema vigente de produzir
riquezas - que já emplaca os 300 anos - sob controle de seus atuais donos.
De
tudo, veremos nas próximas décadas os resultados dessa batalha pela sobrevivência
do Planeta Azul.