As
causas ocultas
Em recente conferencia sobre as causas da
crise global proferida para uma seleta platéia no Clube de Madrid - prestigioso
fórum mundial integrado por antigos Chefes de Estado e de Governo – o ex
Presidente Bill Clinton foi enfático em reconhecer que “os sistemas econômicos mais conhecidos e badalados nos últimos 100
anos– seja o liberal - capitalista, seja o socialista-guardam em suas entranhas
os fundamentos do atual desordem na governança global, desde que encobrem e
alimentam as verdadeiras causas desses infortúnios”.
E,
para assombro de muitos que esperavam ouvir alguns bem conhecidos dogmas do
saber econômico, o famoso orador destaca: “Esses
inimigos da humanidade são conhecidos pelos títulos de egoísmo; materialismo; soberba;
consumismo; corrupção; ganância; ânsia de poder; pobreza; desigualdade e desrespeito
pelo meio ambiente. Esses sim são, na sua essência, os grandes construtores de
crises”.
A
globalização
A crise
que assola a economia desde a metade de 2007 deixou bem claro que a
globalização – fenômeno, econômico, político, social, planetário e perverso, desde
que trata os desiguais de forma igual – tem força
avassaladora, não reconhece fronteiras, não deixa ninguém de fora e colocam
grandes e pequenos no mesmo redemoinho.
Ou seja,
ficou mais que evidente que, direta o indiretamente, no curto ou médio
prazo, todos dependemos de todos. E que a desgraça de uns, tal como
a bonança, é tão contagiosa como a essas doenças repentinas que vêm, quem sabe
de onde, para estropiar nosso bem estar.
O comércio internacional
O papel do comércio internacional foi um dos
temas que o presidente do Conselho Empresarial, China-América Latina, Wan
Jifel, ressalvou no seu discurso de abertura do recente evento reunindo
empresários de ambos continentes: “Nesses momentos de perturbação do
clima de negócios, precisamos insistir para no cair no canto de sereia do
protecionismo como penácea para corrigir as penúrias das economias em crise,
buscando soluções que podem aparecer como politicamente atraentes no curto
prazo, mas que, inevitavelmente, no médio e longo prazos, causarão males muitos
maiores daqueles que se pretende remediar”
“A
Historia e os fatos são eloquentes em demonstrar que o desenvolvimento
sustentável, do ponto de vista econômico, é muito melhor servido com o
crescimento dos fluxos de negócios entre as nações. Nós temos nas mãos um bom
exemplo da cooperação exitosa sul-sul que não deve ser artificialmente
estorvado. Isso, entre outros benefícios importantes, favorece a recuperação da
economia mundial”.
A função estabilizadora dos negócios
internacionais é componente fundamental para materializar as boas relações
entre os países e, como conseqüência, é vital para a criação do
clima necessário para a manutenção da paz. Esse
aspecto dos negócios internacionais merece uma atenção redobrada de
todas as entidades empresariais que, de um modo até agora pouco lembrado, são
também parte importante do esforço para manutenção da harmonia ente as nações.
As Nações Unidas tem
demonstrado exaustivamente que existe uma correlação direta entre comércio,
desenvolvimento e paz, onde se verifica que quando existem laços
comerciais fortes, as controvérsias são suavizadas pelo predomínio de
interesses comuns.
Nos últimos meses, Ucrânia pode
servir de exemplo.