sábado, 29 de março de 2014

A SOMBRA DO DRAGÃO


Original
CHINA ES UN PAÍS QUE ESTÁ CAMBIANDO EL SISTEMA ECONÓMICO DEL MUNDO Y QUE, CON LA VELOCIDAD DE UN TREN BALA, ESTÁ PLANTEANDO NUEVOS DESAFÍOS E INTERROGANTES QUE EXIGEN ANÁLISIS Y RESPUESTAS ADECUADAS.
A grande transformação

Nos últimos 35 anos a China experimentou uma transformação dramática e substancial na medida em que passava de uma economia que obedecia rigidamente os princípios do comunismo ortodoxo para uma nova fase batizada de “socialista de mercado” com o objetivo de extrair o melhor de ambos os sistemas sem perder de vista a necessidade de manter o equilibro de forças que até então eram consideradas antagônicas e naturalmente excludentes.

No presente, longe dos anos que o país compartilhava com a índia o triste titulo de albergar o maior número de pobres e famintos do planeta, hoje a China assume uma posição invejável e não há duvidas de que, de várias maneiras, está afetando nossa economia, nossas empresas, nossas vidas e nossa visão do futuro.

Este singular modelo de desenvolvimento, que favorece a prudência na abertura do mercado mantendo o papel regulador do Estado, tem sido reconhecido como um sistema que merece a mais cuidadosa atenção por parte daqueles que procuraram os meios mais produtivos para aperfeiçoar o potencial de cada país o que, na prática, pode ser uma alternativa interessante, em todo ou em parte, para que muitas nações cheguem mais rapidamente a níveis adequados de evolução econômico-social, reduzindo as desigualdades e auferindo níveis de sustentabilidade, em todos os aspectos, que consolidem a continuidade do processo nos tempos que virão.

As grandes reformas – que continuam hoje cada vez com mais força com base em programas prioritários do Governo – foram introduzidas de forma gradual e firme, com metas estabelecidas para o longo prazo, controladas e planejadas para não causar comoção nem resistências desestabilizadoras num país de tradições arraigadas e que ainda guarda nas suas elites dirigentes um sentimento muito forte da necessidade de manter o máximo dirigismo, centralizado na imagem onipresente do Estado.

Mas, felizmente, tudo muda e a China está conseguindo harmonizar as necessidades e os anseios populares com seus logros no sistema econômico, na organização política e nos avanços sociais, chegando na atualidade à invejável posição da 2ª. maior economia do planeta, apenas superada pelos EUA.

Nem por isso o imenso país de quase 1,4 bilhões de habitantes – próximo aos 20% da população mundial - está livre de gravíssimos problemas, praticamente em todas as áreas estratégicas de sua estrutura.  Mas, o exemplar é que sua governança é o bastante lúcida para reconhecer sua existência e trabalhar com denodo para sua solução.

(Não posso deixar de lembrar os tristes exemplos de nosso(s) governo(s), notórios especialistas em encobrir a verdade, esconder a(s) sujeira(s) debaixo do tapete e tentar vender uma imagem falsa da realidade em beneficio próprio).

Questões muito importantes

Esses novos paradigmas estabelecem a base para uma análise acurada daquilo que muitos líderes de países pobres - e incluso muitos emergentes - questionam: Pode a China servir de modelo para o tipo de desenvolvimento que atenda realmente as necessidades populares e minimize as terríveis desigualdades e injustiças do sistema econômico-social que vigora desde o início dos tempos, que tem demonstrado uma vocação insaciável para outorgar os maiores benefícios aos mais fortes, abastados, insensíveis, ambiciosos e sem o mínimo respeito pelo próximo e pela Mãe Natureza? Em tudo ou em parte, pode ser esse um caminho viável? Como adaptar seus princípios? Será que esse modelo, independentemente do viés ideológico, pode ser efetivo em outra base cultural e histórica? Pode realmente servir de exemplo ou é apenas uma miragem que, se possível, apenas deve ser aproveitada comercialmente? Até que ponto essa revolução (transformação) é positiva para a maioria dos habitantes de nosso desiludido Planeta?os políticos de plantão

Os ensinamentos do mestre

Interessante é que se intui nas entrelinhas dos programas chineses de desenvolvimento a influência da filosofia de Confúcio, que pregava que o caminho para o futuro estava demarcado pela paciência, pela persistência, pelo equilibro do homem com a natureza e uma vida em harmonia com todos os seres vivos.

Bem, nada a ver com os sistemas tradicionais de governança pública, independente da roupagem ideológica com a qual os políticos de plantão disfarçam suas reais intenções.

quinta-feira, 27 de março de 2014

UMA ALIANÇA NO ATLÂNTICO



Será que agora vai?

Com a evidente boa vontade externada nos últimos meses por representantes do mais alto nível do MERCOSUL e da UNIÃO EUROPÉIA e com a troca das listas preferenciais de produtos que entrarão, de forma gradual, no processo de redução de gravames de importação,  tudo parece indicar (finalmente) que um acordo está próximo e que a longa novela que, se arrastra por mais de 15 anos, terá um final feliz.

Como em toda negociação que envolve questões da máxima complexidade no relacionamento entre nações na tentativa de tentar conciliar interesses gigantescos,  as conversações mantidas pelas delegações de ambos grupos tem avançado lentamente, ora pela complexidade das questões, ora pelas dúvidas da conveniência de tal tipo de associação aliada à falta de interesse político, no presente são positivos os sinais de um acordo que vai afetar a vida de quase 800 milhões de pessoas e vai, com toda certeza, revolucionar as relações comerciais dos 33 países membros de ambos blocos que, até o fim a década, podem integrar mais de 45 nações.

Resulta pertinente focalizar as complexas questões que envolvem a formação de uma Zona de Livre Comércio que obriga, em igualdade de condições, a todos os países a respeitar, gradualmente e cada uma com seu calendário próprio, um conjunto de normas relativas à:

  • comércio de mercadorias e serviços, com destaque para os setores agrícola, financeiro, de seguros e de transporte;
  • possibilidade de participação, por parte de empresas de ambos blocos, de concorrências públicas nos países associados;
  • proteção especial para investimentos;regras comuns para resguardo da propriedade intelectual
  • livre movimentação de mão de obra;
  • mecanismos de defesa da concorrência;
  • sistemas conjuntos de defesa do consumidor;
  • padrões fitossanitários, de higiene e de qualidade;
  • normas técnicas padronizadas;
  • mecanismos de solução de controvérsias;
  •  etc.
O que, ao final, sintetiza um gigantesco esforço para unir ainda mais os povos de ambos lados do Atlântico, ao mesmo tempo de juntar esforços para acelerar um desenvolvimento contínuo e sustentável, desejo manifesto por todos os associados nessa empreitada.

O Brasil e seus temores

A dura e cruel realidade é que o Brasil está perdendo espaço nos mercados internacionais e que os artifícios cambiais e contábeis – esses últimos por conta da Petrobras, caudatária de decisões espúrias do governo de plantão – não são suficiente para esconder a falta de programas eficazes para cobrir os custos e os males decorrentes da falta de competitividade do sistema produtivo nacional.

Praticamente todas as nações do mundo tem negociado acordos de livre comércio – isoladamente ou em blocos –como uma forma de aumentar sua presença comercial nos mercados globalizados, ganhando com isso competitividade e obrigando,  até como uma questão de sobrevivência, aos setores menos produtivos a fazer esforços supremos – normalmente, com ajuda governamental – para colocar suas empresas em sintonia com padrões avançados de gestão, priorizando o uso de tecnologias que contribuem para a melhor qualidade e os menores custos.

Em consequência disso, quer aceitem ou não, os setores (as empresas) mais frágeis serão obrigadas a repensar seu negócio e procurar os caminhos para manter e ganhar mercados, o que, convenhamos, pode ser até mais difícil, mais nem por isso deixa de ser um meio essencial para a continuidade e a lucratividade das organizações.

Os próximos meses serão pródigos em novidades, especialmente por conta das batalhas travadas entre a turma “não mexe em nada ou afogamos a indústria nacional” e aqueles que erguem a bandeira da modernidade “temos que inovar e ser competitivos num mundo que, cada vez menos, perdoa os incompetentes”.

O  futuro promete lances interessantes. 



domingo, 16 de março de 2014

EFEITOS COLATERAIS


Grandes Benefícios

Se, a nível nacional, não existem dúvidas das vantagens – e da necessidade – de aumentar as exportações ao máximo economicamente recomendável, tendo apenas como limite atender adequadamente a demanda interna e possíveis necessidades estratégicas, nem sempre para as  empresas exportadoras  – ou que pretende entrar no mercado externo – podem ser totalmente avaliados os imensos benefícios reais,  exceção feita do aumento do faturamento, proporcionados pela competição nos mercados planetários.

Pode afirmar-se que as exportações geram uma verdadeira “onda positiva” que se dissemina  por todas as operações da empresa e contribui diretamente para um crescimento sustentável, que tem como base a continuidade, a lucratividade, a inovação e uma atitude empreendedora.

Esses “efeitos colaterais”  têm um efeito muito positivo e se incorporam no dia-a-dia da empresa, contribuindo diretamente para  chegar-se a elevados patamares de competitividade.

Efeitos mais que importantes

Essa “nova empresa” que emerge da necessidade de competir eficazmente nos mercados internacionais incorpora, obrigatoriamente, algumas características especiais, entre as quais:

  • O famoso “acho que” passa a ser substituído por decisões conscientes, derivadas de análises de informações e do cotejo de idéias;

  • O continuo treinamento de colaboradores e executivos passa a ser corriqueiro, sendo considerados um imperativo sua reciclagem, atualização e aprimoramento;

  •  Na alta direção passa a ser natural a compreensão da necessidade de aprender e re-aprender para acompanhar as mudanças de mercados em contínua evolução;
  • O planejamento das operações estratégicas passa a ser um imperativo;

  • O fiel cumprimento dos contratos e da palavra empenhada passa a fazer parte da imagem de empresa confiável;

  • A vontade de fazer sempre o melhor é o guia infalível para a criatividade e a inovação e tem como base uma verdadeira obsessão pela qualidade;

  • O tempo  - de fazer o necessário - ganha status de uma commodity valiosa;
  • È notório o aumenta a  capacidade para pautar todas as ações em princípios de eficiência (fazer o certo) e eficácia (fazer bem), melhorando a aptidão de separar o essencial do acessório;
  • Os custos passam a ser cuidadosamente analisados e sua redução inteligente tem o  status de um objetivo sempre presente;
 A empresa-vencedora

São claramente visíveis, nos diversos espaços de atuação empresarial, os efeitos positivos da atuação no exterior. Nessa soma de vantagens  o valor-empresa aumenta exponencialmente, ao mesmo que seu prestígio ganha outros patamares e, no mercado interno, sua marca é associada à qualidade internacional.

Esses efeitos são fundamentais para trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável, com ênfase para crescimento com continuidade, segurança e rentabilidade. E ganham importância decisiva a busca do aprimoramento de boas práticas de gestão, sustentadas na atualização contínua do sistema de informações relevantes e na boa governança financeira.

Em resumo: Os benefícios auferidos pelas empresas exportadoras vão muito além do simples aumento do faturamento.











sexta-feira, 7 de março de 2014

MULHER



Uma historia triste

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 08 de Março, foi instituído pelas Nações Unidas em 1975, numa tentativa (tardia) de reconhecimento da importância do papel da mulher na imensa tarefa de erigir nossa civilização.

A data lembra um infame episódio – foram milhares – no caminho da industrialização e da riqueza do mundo ocidental, quando um grupo de valentes mulheres ousou entrar em greve por melhores condições de trabalho numa tecelagem de Nova York, ocupando suas instalações. Receberam como resposta de seus patrões o fechamento dos portões da fábrica, que foi incendiada “para que aprendam quem manda”.

Em conseqüência, morreram carbonizadas 137 mulheres.

Foi um ato de crueldade incrível, em consonância com os padrões da época que usava a mão de obra feminina e infantil sob condições subumanas, em regimes beirando a escravidão.   

O uso da força, como expressão de superioridade, é o melhor modo de explicar, desde tempos imemoriais, o longo predomínio do homem (gênero) sobre a mulher (gênero). É claro que, para aqueles que sabem decifrar  os resquícios  pouco comentados da História, isso também pode ser interpretado como uma das tantas aberrações da passagem da humanidade pelo Planeta, ocupando um lugar destacado entre os mais notórios exemplos de injustiça e preconceito,  escorados em traços de  religião, ignorância e, muito especialmente,  costumes de eras remotas perdidas no tempo, quando a força física e os instintos sem freio  eram o simbolo indiscutível de uma posição de superioridade incontestável.

Uma longa luta

Em verdade, ainda que integrasse 51% da população mundial, a mulher não comparte de forma proporcional os benefícios da educação, da remuneração do trabalho, da condição social, do respeito e reconhecimento pela importância de seu papel na estrutura de nossa civilização, muito mais preocupada em manter, com unhas e dentes, os privilégios dos mais fortes.
Através dos tempos, mais especificamente a partir da segunda metade do Século XIX, a mulher iniciava outra etapa da longa luta – que continua até hoje – para não ser um utensílio a mais num mundo dominado pelos homens, tradicionalmente ciosos por manter-se no poder pela submissão daqueles mais próximos, usando uma profusão de artimanhas lapidadas desde os tempos do Gênese e incorporadas como verdades absolutas ao saber convencional das sociedades.

Nessa caminhada pelos tempos, são milhares os exemplos de mulheres que deixaram suas pegadas pelos seus feitos notáveis pela conquista de um espaço equitativo na sociedade. E outros milhões que deixaram - e continuam incansáveis nos dias de hoje – a contribuir com sua participação indispensável no dia-a-dia da marcha da humanidade para seu destino escrito nas estrelas.

São tantas, que trazem a lembrança que os oceanos são formados por insignificantes gotas de água.

Um momento histórico, que pode considerar-se que como um marco na luta pelos direitos femininos, aconteceu na Inglaterra em 1857, quando foi promulgada a Lei Matrimonial que outorgava à mulher o direito ao divórcio e a partilha dos bens do casal. “Muitos historiadores afirmam que isso aconteceu por influência da Rainha Vitória (1837-1901), que comandava na época o maior império da humanidade e cuja dimensão era sintetizada orgulhosamente na famosa frase ‘‘no meu império jamais se oculta o sol”, o que, direta ou indiretamente, muito contribui para dar forma ao mundo no qual existimos.

Nessa extensa jornada, merece menção a assinatura da Lei de Igual Salário para Igual Trabalho, assinada pelo Presidente Kennedy nos EUA, em 1963, ao tempo que a russa Valentina Tereshkova era a primeira mulher a permanecer quase três dias no espaço. Sozinha!

No Brasil

Numa sociedade construída a partir de ensinamentos e preceitos notoriamente machistas, alguns dos tantas balizas que assinalam a quebra de tabus seculares no Brasil merecem destaque as figuras de Maria Augusta Generosa Estrela, que se formou em medicina em 1876 em Nova York; e Rita Lobato Velho Lopez, que recebeu sua diplomação de medicina em 1887 pela Universidade da Bahia, ambas, sem dúvida, corajosas pioneiras na luta das mulheres para ter acesso à educação superior. Resultado: atualmente, elas já ocupam mais de 51% das vagas nas universidades do País.

Também, entre as dezenas de milhares de mulheres muitos especiais que fizeram e fazem a odisséia da trajetória feminina no Brasil, podemos citar Maria Helena Lourenço dos Santos, fundadora e presidente da Cooperativa de Floricultores da Paraíba, que liderou um grupo de 21 mulheres paraibanas, protagonistas de um dos tantos exemplos de coragem, persistência e iniciativa que revelam um Brasil distante das mazelas da sem limites que poluem o ar de Brasília. Fundadoras e integrantes da Cooperativa, receberam o Prêmio de Experiências Sociais Inovadoras outorgado pelo Banco Mundial, e o Prêmio Sebrae Mulher Empreendedora da Região Nordeste.

E têm milhões mais, conhecidas ou não, de todas as raças e credos, humildes, letradas ou poderosas, tanto faz, são parte vital de nossa sociedade e nosso futuro.

Em tempo:  num interessante exercício de futurologia, analistas concluem que até 2050 as mulheres alcançaram a sonhada igualdade e que metade dos países do mundo serão governados por mulheres.

Veremos. Se outra coisa não é, isso será apenas um ato de justiça há muito devida à maioria da humanidade.




domingo, 2 de março de 2014

MAIS INVESTIMENTOS EM MARKETING



Armas muito eficazes

Um dos mandamentos de ouro dos asiáticos – mestres indiscutíveis do marketing internacional – insistem na aplicação ininterrupta de um princípio básico: para exportar – processo burocrático interno e controlável – é preciso vender, utilizando todos e cada um dos múltiplos meios existentes para concretizar negócios.

Esse preceito é fundamental para o sucesso nos mercados globalizados - caracterizados por acirradas batalhas para ganhar posições e conquistar compradores – é de aplicação obrigatória quando se pretende tomar parte dessa contenda com produtos industrializados, para os quais as exigências se multiplicam e demandam o melhor das características positivas de cada empresa para afiançar uma exitosa inserção internacional.

Resulta importante observar que esses vencedores das lides internacionais têm em comum, pelo menos, um aspecto: utilizam eficientemente todas as armas do arsenal do marketing internacional, de modo contínuo e criativo, cientes que são que estão potencializando um valioso aliado para o crescimento firme, continuo e lucrativo de suas empresas. E, naturalmente, com indiscutíveis benefícios para acelerar o desenvolvimento do país.

Como exemplos, que merecem cuidadosa análise, diversos países asiáticos liderados por China – principal exportador mundial - Korea do Sul, Índia, Taiwan, Singapura, Malásia, Indonésia, Filipinas, etc., ganharam presença destacada no comércio mundial nas últimas duas décadas aplicando eficientemente políticas de marketing internacional, com um sucesso tão notável que conseguiram mudar do Atlântico para o Pacífico a importância dos fluxos globalizados de negócios.

Por outra parte, não pode ser esquecido que esses resultados extraordinários foram alcançados graças ao firme apoio proporcionado pelos governos, que mantiveram a imprescindível continuidade das ações como política do estado. Assim, ganharam em eficiência traduzida em resultados positivos, desde que livres dos interesses ideológicos e partidários da administração pública de plantão.    


O Brasil na deriva

Praticamente, nos últimos 24 meses o deterioro dos saldos positivos da balança comercial brasileira, que agora viraram déficits contínuos e crescentes, contribuíram diretamente para o aumento do endividamento internacional do país o que, entre outros efeitos indesejáveis, estão colaborando para intensificar as suspeitas dos analistas dos países ricos – esses das grandes organizações que comandam os investimentos e os negócios internacionais – da necessidade de uma mudança radical na política econômica. Naturalmente, sob nova direção, se o viés ideológico-partidário admitir mudanças radicais em tempo de eleições!

Lógico, até por força do hábito, os vozerios governamentais escondem uma parte essencial da verdade, destacando os efeitos da crise mundial e a manutenção dos 375 bilhões de dólares das reservas brasileiras como uma prova de que não existem motivos para preocupações. Apenas, convenientemente, esquecem de revelar um aumento de mais de 300% na dívida externa nos últimos três anos, isso sim prova indiscutível de que algo anda muito mal na capacidade do pais para honrar seus compromissos internacionais sem recorrer a empréstimos, os quais - não podemos esquecer tão facilmente - têm uma longa história de efeitos nocivos que afetaram o desenvolvimento do país na segunda metade do Século XX.

Bem, temos que reconhecer que o Brasil – governo e empresários – nunca foi lá muito favorável à utilização de tecnologias de marketing internacional para ganhar posições nos mercados internacionais e, muito menos, financiar convenientemente ações com tal finalidade.

Mas, ainda assim, podemos ser otimistas e acreditar que mudanças importantes poderão vir para que as exportações brasileiras voltem a gerar os saldos positivos na balança comercial. Certamente, isso não é impossível!





sábado, 1 de março de 2014

LUZ DE VELAS


 Ajuda dos céus

São Pedro, considerado desde sempre Ministro Honorário da Agricultura Planetária, ganhou um segundo título mais de que merecido, pelo menos no Brasil: Ministro Honorário da Energia Elétrica, desde que a salvação, no curto prazo, para evitar uma eventual crise energética em 2014-2015, depende duma generosa abertura das torneiras celestiais suficiente para, pelo menos, levar os reservatórios das usinas hidroelétricas do Sudeste e do Nordeste a níveis aceitáveis de segurança, por volta de 50% de sua capacidade. Caso contrário, 2014 está pintando como um ano muito, muito difícil mesmo, do tipo de deixar saudades dos problemas de 2001-2002, o último registro de um desastroso apagão em nosso sistema de geração de energia elétrica.

Sendo 2014 um ano de eleições, as más línguas andam dizendo que na Basílica de Brasília dois grupos afoitos de políticos acendem velas e fazem juras inflamadas e recheadas de promessas com dois objetivos diametralmente opostos: uns, para que as chuvas sejam as mínimas possíveis; outros, para que sejam abundantes e nos lugares certos. E todos cientes de que o bom velhinho será um cabo eleitoral poderosíssimo no próximo embate político, hoje de contornos que ainda podem reservar surpresas para os impetuosos candidatos às sempre desejáveis delicias do poder.

 O sistema elétrico brasileiro

 Acreditem ou não, sem deixar de lado as deficiências normais em empreendimentos de envergadura gigantesca, o Brasil possui a estrutura de geração de energia elétrica mais limpa, ambientalmente correta e com a melhor relação custo/benefício conhecida entre os 20 maiores consumidores desse insumo absolutamente vital para o desenvolvimento, com 95% de sua disponibilidade dependente de recursos renováveis, onde a componente água responde pelo atendimento de quase 80% das necessidades nacionais.

E desde que privilegiou a geração hidráulica, utilizando uma fonte de matéria prima (normalmente) abundante, de custo básico negligenciável, não dependente de importações, 90% confiável, o produto final (kWh) tem um custo totalmente competitivo com as demais alternativas de geração, o que é economicamente lógico e não atrapalha um desenvolvimento sustentável. Aliás, é bom lembrar que foi o governo Juscelino Kubitschek quem praticamente assentou a base do sistema na década dos 50, com as usinas de Três Marias, Furnas e Paulo Alfonso, que foram os fundamentos para inicio da industrialização acelerada do Brasil e o portal para a grande transformação da economia nas décadas seguintes.

Segundo o MME – Ministério de Minas e Energia - o consumo de eletricidade no Brasil cresceu a uma taxa de 5,8% ao ano entre 1973 e 2012 - taxa superior à verificada nos países desenvolvidos - com. o consumo residencial evoluindo à taxa de 6,3% ao ano – reflexo da melhoria da renda familiar -. e o consumo industrial com 4%. Na media, no período, por volta de 30% acima do crescimento PIB, uma prova importante de modernização da estrutura econômica do país.

Nos próximos anos, até 2025, a grande aposta em energias renováveis está num aumento substancial na geração de hidroelétricas da Amazônia, energia eólica, que deverá passar de uma participação por volta dos 2% na atualidade, para algo próximo aos 12% no atendimento da demanda nacional.

Ainda mais: o caminho para manter esse ritmo indutor do desenvolvimento logo poderá contar com a geração das grandes hidroelétricas ora em construção na região amazônica que, logo depois, muito possivelmente já a partir de 2025, avança para o uso de energia solar, que na próxima década será economicamente competitiva, de acordo aos mais recentes estudos realizados na China e nos EUA. E sol abundante não falta no Brasil!

De qualquer modo, não está demais lembrar uma afirmação do ex-ministro Delfin Neto, num debate sobre os preços e disponibilidade de energia: “a energia mais cara é aquela que não existe”.