terça-feira, 19 de junho de 2012

UM MOMENTO CRUCIAL


O Brasil e, mais especificamente, o Rio de Janeiro, sintetizam nesta semana o grande esforço planetário para repensar e chegar a um acordo sobre os grandes pontos chaves que podem definir “o futuro que queremos”, que é a chamada de ordem da Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que reúne uma boa parte dos maiores expoentes mundial na defesa do ideal de Planeta Sustentável.
Representantes de mais de 150 países se congregam em dezenas de encontros para discutir, debates, trocar informações, analisar e tentar chegar a um consenso que inclua a maior parte, senão todas, as nações do mundo para chegar a um compromisso viável na grandiosa tarefa de adotarem medidas para salvaguardar o que ainda nos resta das riquezas naturais da Mãe Natureza.  
Ironicamente, nos tempos atuais, no auge do conhecimento, da tecnologia e da riqueza global, esta é a única geração capaz de se autodestruir na longa história do homem na Terra. E não esta demais aproveitar essa ocasião para repensar alguns modelos - econômicos, social, político, moral e de códigos de relacionamento - que o saber convencional aceita, submissamente, como verdades incontestáveis. Porque ele também tem culpa no cartório que registra os nomes dos responsáveis pela destruição do Planeta.
Enfim, no RIO+20 vale recordar que entre os grandes temas que mereçam atenção alguns se destacam pela sua essencialidade e capacidade para gerar efeitos devastadores se continuam esquecidos na gaveta de baixo dos interesses do “sistema” como, por exemplo:
. ÁGUA.  O ideal de água limpa e acessível apenas é privilegio de uma parte da população mundial.  Muitos países– o Brasil não pode ser esquecido – e regiões – a África Subsaariana é o exemplo notório – sofrem o impacto negativo da falta ou má qualidade do precioso elemento, que cobra sua quota de vidas – pasmem, 3.000.000 de crianças morem anualmente por causas ligadas, diretas ou indiretas, à carência desse elemento vital para a vida.
. ENERGIA. É urgente acelerar a utilização de energias renováveis, não poluidoras. Nesse panorama, entre as grandes nações, nota “10” para o Brasil e o Canadá. E nota “0” para a China e os EE. UU, que encabeçam folgadamente o ranking dos maiores poluidores do mundo. Mas, justiça seja feita, a China também implementa o maior programa mundial para uso de energias renováveis e substituição de fontes poluidoras.
. OCEANOS. Desleixo, descuido, ignorância, mas os oceanos sempre foram usados como os “grandes esgotos da civilização”. O castigo já aparece na forma de diminuição do potencial pesqueiro – em algumas áreas costeiras essa perda já ultrapassa os 50% - e mudanças sensíveis das condições gerais para sustentação de todas as formas de vida marinha, somado aos efeitos nocivos na qualidade do clima global.
...CIDADES.  O crescimento e a urbanização desordenada e trouxeram dificuldades inimagináveis para a qualidade de vida das pessoas, que viram aumentar seus problemas de transporte, poluição, segurança, insuficiência dos sistemas de suporte de vida, etc.
... ALIMENTOSS. A incorporação de novas tecnologias é essencial para produzir e distribuir mais e melhores alimentos, inclusive reduzindo e eliminando o uso de agrotóxicos. Em 2050 teremos que produzir alimentos para 9,2 bilhões de pessoas. É preciso encontrar os meios, sem poluir solo, água e devastar florestas, para eliminar os desequilíbrios atuais, quando mais de 1,2 bilhão passam fome numa sociedade onde 5,8 bilhões desperdiçam 25% daquilo que produzem e consomem.
Esses, apenas são alguns dos pontos chaves que devem encontrar soluções de consenso para evitar o pior. É preciso um esforço global, urgente, porque o tempo é escasso para evitar o agravamento irreversível dos muitos dos males que angustiam a passagem do homem nesta parte do Universo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

ECONOMIA VERDE (2)


A passagem para uma ECONOMIA VERDE será a maior odisséia da humanidade desde a grande Revolução Industrial do Século XVIII, que assinalou o início da transformação de uma economia eminentemente rural para a o evento da economia industrial nos países que depois lideraram as formas de produzir riquezas e assim ditaram, para o bem ou para o mal, as normas dos sistemas econômicos do planeta.

É claro que nesses 300 anos não eram escutadas as vozes que alertavam sobre os perigos da rapinagem dos recursos finitos da Mãe Terra, desde que os objetivos definidos pela cobiça dos homens eram de apenas ganhar, possuir e lucrar, sem limites. Mas....

Mas nas últimas duas décadas as vozes, antes tímidas e isoladas, ganharam força apoiadas no surgimento de uma nova consciência ecológica e respaldadas numa abundante informação científica que corroborava com os argumentos daqueles que alertavam para os malefícios da forma de produzir riquezas, que é, sobretudo, sustentada pelo “sistema liberal-capitalista” e seus principais escudeiros: o consumismo, a exploração desenfreada dos recursos naturais e a geração de energia não renovável, apoiada em combustíveis fósseis.

No entanto, uma mudança essencial é possível, necessária e até, sem exageros, fundamental para preservar nossa civilização nos tempo que virão se pensarmos na visão do planeta na segunda metade deste Século e além: A transição para uma ECONOMIA VERDE (Vide nosso blog anterior).

Aliás, recomendo fortemente ingressar no site do UNEP (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável) (www.unep.org/greeneconomy), um dos mais alentados estudos produzidos sobre esse tema com a colaboração de governos, cientistas, universidades e membros de organismos internacionais. E que, sem sombra de dúvidas, será um dos principais documentos a serem analisados e debatidos no RIO+20.

No torvelinho econômico destes tempos de crise, um dos aspectos mais relevantes do processo de transição para uma ECONOMIA VERDE refere-se à sua capacidade de gerar dezenas de milhões de novos e melhores empregos – que o mundo tanto necessita – na agricultura, na construção, na geração de energia, nas novas indústrias para atender o novo perfil de consumo, na reciclagem, nos transportes, no turismo, nos serviços, enfim, é bem possível que nas próximas décadas assinalem o novo e virtuoso caminho para um mundo apenas vislumbrado nos sonhos de alguns visionários que souberam descobrir o verdadeiro sentido da Humanidade. E caminhar da mão de Deus.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

ECONOMIA VERDE

Segundo a definição do PNUMA -Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - ECONOMIA VERDE é “aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Sustenta-se sobre três pilares: é pouco intensiva em carbono, é eficiente no uso dos recursos naturais e é socialmente inclusiva”.

A definição, na sua amplitude e abrangência, atende os objetivos de desenvolvimento, justiça social e respeito pelo meio ambiente e, a partir dessas premissas, tenta emplacar a idéia de que seus princípios não são excludentes entre eles nem um obstáculo ao crescimento, mas sim um novo motor para acelerar a criação de um modelo sustentável que, além de mais, seja um gerador líquido de empregos decentes assim como a base de uma estratégia vital para a eliminação da pobreza.

Esse conceito está ainda longe de gerar unanimidade entre governos, comunidade científica, sistema econômico e sociedade civil, tais as implicações e interpretações para sua aplicação. E, naturalmente, existem dúvidas sobre os efeitos que essa nova forma de construir a modelagem do futuro econômico-social possa vir a influir nos negócios, na vida e no bem estar da humanidade. Mas em geral, pelo menos de boca, existe a concordância de que algo tem que mudar. Rapidamente, antes que seja tarde!
Vale lembrar que a proposta de transição não é algo totalmente novo, já que nas últimas duas décadas o bom senso político/econômico vem sinalizando que aderir a esse conceito rende votos – Alemanha é um bom exemplo - e, do ponto de vista econômico, pode significar vultosos novos negócio s - energia alternativa é um dos tantos exemplos.
É natural que a passagem de um modelo predador que já emplaca os 300 anos, não pode fazer-se do dia para a noite e, muito menos, sem resistências ferozes daqueles ainda aferrados tenazmente ao sistema predominante de produzir riqueza que, seja por incapacidade de migrar para um novo modelo, seja por sentir seus interesses ameaçados, seja por ignorância, seja por puro egoísmo, enfim, não faltam nem motivos nem razões para “deixar tudo como está”. E nesse esforço contra a sobrevivência do planeta, marcam presença muitas das grandes empresas que fazem unicamente do lucro a razão de sua existência. “Duela a quién duela”.
Agora, um ponto absolutamente fundamental; Um dos alicerces para a implantação global do novo modelo é o combate à pobreza, urbana e rural, utilizando alguns instrumentos hoje existentes e que, no campo, tem como base a pequena propriedade rural que usa práticas de sustentabilidade.
O efeito imediato é uma rápida distribuição da riqueza e uma maior (real) democratização do setor, desde que acrescenta milhões de consumidores/cidadãos - para os especialistas de marketing, consumidores- quase na exata proporção em que se eliminam os parias sociais dependentes dos favores dos governos.
Isso, claro, para desespero dos políticos de plantão, partidários do  “quanto pior, melhor”, sugadores habituais das misérias e dos males da sociedade e que utilizam as fragilidades do tecido social para atingir os benefícios do poder sem nada dar em troca.
A partir do 13/06, as análises, debates e resoluções da RIO+20 darão uma visão melhor do alcance, do timing e dos entraves para alcançar um novo arquétipo para nossa civilização.