quarta-feira, 24 de agosto de 2016

UMA ALIANÇA AMEAÇADA


Evidentemente, algo anda muito mal no MERCOSUL.

Até parece esquecido que por mais de vinte anos esse grupo de nações foi uma promessa firme para seguir e liderar um caminho virtuoso nas relações econômicas, comerciais, sociais, estratégicas, operacionais e políticas desta parte do mundo.

Tudo começou a desandar na manobra – cá entre nós não muito clara - para incorporar a Venezuela em 2012, quando a ideologia atropelou os princípios acordados na formação do bloco. Isso deixou feridas que nunca fecharam e hoje o “sócio do norte” é o estopim de uma crise institucional que ameaça a estabilidade e credibilidade da entidade.

E ainda, para aumentar o caos institucional, surgem das sombras forças contrárias, acobertando interesses que nem sempre podem ser revelados, jogando gasolina na fogueira na tentativa de provar que o Brasil - essencial para a solidez e continuidade dessa aliança - não precisa do MERCOSUL e que pode atender melhor seus interesses internacionais sem as amarras jurídicas e operacionais do bloco.
É bom insistir que o dano de uma possível volta para trás no processo de integração são substancialmente maiores que as diferenças existentes, todas passíveis de negociação. Basta lembrar a importância de manter-se a unidade, força e credibilidade nas negociações vitais ora em andamento com a União Europeia (UE), sem deixar de lado os possíveis acordos com os países do Pacto Andino, China, Índia e Países Árabes, assim como os incontáveis acordos celebrados entre os membros cobrindo áreas essências para harmonizar e acelerar o crescimento regional e o bem estar de suas populações.

Com relação ao acordo com a UE, ora em face derradeira, sobram as evidencias que ambas as partes permanecem plenamente comprometidos com essa negociação, tendo em vista os importantes ganhos econômicos, políticos e institucionais esperados para os dois lados de um acordo abrangente, ambicioso e equilibrado, meta final desse entendimento através do Atlântico.

É claro que as incertezas com relação à situação internacional e seus reflexos por inércia na economia regional, aliado a aspectos indesejáveis da conjuntura interna de cada sócio, complicam o andamento e a velocidade do processo de integração, assim como que é lógico que a pressão das urgências e angustias do momento impedem a consolidação de objetivos estratégicos que precisam ser apreciados no longo prazo.

Um fato essencial, que não pode ser negligenciado pela sua importância, resulta da visão critica dos principais países do mundo, que muito bem pode sintetizar-se assim: “Se um grupo de países da América Latina consegue, apesar de suas divergências históricas, negociar, formatar e consolidar mecanismos institucionais de integração entre si merece credibilidade, possui maturidade política e, a partir de seu crescente prestígio internacional, pode vir a ser considerado um parceiro importante e confiável na formação de novas alianças”.

 




quinta-feira, 18 de agosto de 2016

PARA NÃO ESQUECER


Forças gigantescas pugnam pela supremacia global, num mundo onde a única certeza é que tudo deve mudar. No horizonte apenas perceptível dos tempos que virão e buscando acalmar a inquietude dos mais afoitos para decifrar os signos dos Oráculos para tentar predizer o futuro, nada melhor que fazer uma síntese de alguns poucos aspectos que, de um modo ou outro, vai contribuir para demarcar o futuro. E, para alguns, até pode ser bom para aprimorar sua postura como inquilinos temporários do Planeta Terra:

Vivemos num mundo de complexidade crescente, distorções avassaladoras e paradoxos inexplicáveis. Isso, em síntese, colabora para aumentar a insegurança material, social e psicológica dos seres que transitam por este atribulado pedaço do universo.

Muitos acreditam que estão presos a um sistema cultural, social, político, econômico e financeiro que não entendem, não desejam e não atende suas expectativas. Conseqüentemente, precisa mudar. A grande dúvida é como mudar e para onde.

 As 500 maiores multinacionais {empresas, conglomerados, entidades} são as verdadeiras detentoras do poder globalizante. Essa fantástica concentração de força permite decisões centralizadas que podem mudar, a sua vontade, o curso da vida de muitos povos da terra e de bilhões de pessoas.

 Desde o princípio dos tempos conhecidos, de um modo ou outro, os mais fortes impuseram sua vontade sobre os mais fracos.

Um novo colonialismo veste a aparência do conhecimento, da tecnologia, das patentes, dos direitos de quem chegou (o fez) primeiro. Persistentemente, com outra roupagem, recria o passado e pode considerar-se como um dos grandes perigos que assombra o futuro dos países emergentes.

Nos países mais ricos, é natural que grande parte de seus habitantes tenha a esperança de desfrutar de um ganho adequado e crescente. Esse segmento da população habitua-se a que isso é perfeitamente natural, condicionando assim seus desejos e expectativas a esse modo de ver sua existência. Assim sendo, existe uma forte habituação à ideia de consumos continuamente crescente, conceito matriz de um dos credos sagrados do sistema capitalista-liberal: Mais de tudo, sem limites.

Se nos próximos 50 anos toda a humanidade tivesse o mesmo padrão de consumo que desfrutam os países mais desenvolvidos, seriam necessárias 5 ou 6 Terras para satisfazer as demandas geradas por essa opulência. E o Planeta, tal como o conhecemos hoje, seria totalmente devastado, fazendo praticamente impossível a vida.

É preocupante a semelhança, no mundo todo, entre os erros nefastos cometidos pelas lideranças políticas e os gestores econômicos nos últimos 300 anos e a crise que assola o mundo nesse começo de Século XXI. Nunca aprenderemos?

A História ensina que na guerra, na política e na economia, as primeiras vítimas são a verdade e a inocência.

Inevitavelmente, tudo muda. Apenas não sabemos quando e como isso vai acontecer.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A GUERRA NOS BASTIDORES


Num mundo globalizado, mutante, exigente e que, gostemos ou não, teima em devorar as empresas que não conseguem acompanhar o rumo incerto dos negócios, a mudança para novos padrões de gestão empresarial é uma necessidade imperiosa para adaptar-se aos tempos modernos. E pouco importa o tamanho - vale para grandes, médias e pequenas organizações - porque os desafios da era digital são qual tsumani que arrasta todo o tradicional para abrir caminho para o “novo”, que exige esforços redobrados de conhecimento, embalado em doses generosas de criatividade, ousadia e talento.

Com rapidez impressionante, essa “nova força” está ocupando espaços privilegiados nos sistemas avançados de gestão de negócios, tendo como energia propulsora uma extraordinária mudança de atitudes dos “executivos para o Século XXI” que gerenciam empresas vencedoras, muitas das quais ganham mercados e posições contestando frontalmente os sistemas tradicionais de administração de negócios.

 Esses executivos, longe de temer e fugir das mudanças amam a inovação, a flexibilidade, a descentralização e a autonomia; orientam suas estratégias para a diferenciação, a qualidade e a produtividade; estão permanentemente em sintonia com os anseios e expectativas dos mercados e, o mais importante, criam novos mercados.

E fundamentam suas ações no valor das pessoas e na obsessão por um serviço insuperável ao cliente, mantendo uma visão abrangente do entorno econômico e social. E, outro ponto essencial: estabelecem como missão insubstituível sua autoeducação permanente e um estímulo eficaz para a educação das pessoas sob seu comando.

Em verdade, os fatos ensinam que essas características são a marca registrada das empresas que mais inovaram, cresceram, lucraram e ganharam mercados na primeira década deste Século.

Evidentemente, essa é a verdadeira vantagem competitiva das empresas vencedoras!  O que obriga a repensar modelos empenhados em conservar estruturas ultrapassadas, em auto justificar-se e em reformar o improdutivo a um custo cada vez mais elevado e irrecuperável, desperdiçando trabalho árduo, tempo e talento. E dinheiro!

Desse modo, de forma arrasadora, uma nova categoria de valores – que não aparece nos balanços, desde que intangíveis – representa muito mais fielmente a grandeza e a importância de uma organização. E podem ser sintetizados numa única palavra: conhecimento. Que significa nas empresas a capacidade de gerar riqueza, continuamente, numa corrente virtuosa, cujos elos representam ações e resultados que podem ser encaixados no entorno de conceitos como: 1) capacidade inovadora; 2) imagem; 3) marca; 4) participação no mercado; 5) liderança esclarecida, moderna e motivadora; 6) visão do futuro; 7) criatividade; 8) capacidade de gerar e/ou adotar novas tecnologias; 9) gente competente e comprometida; 10) clientes fidelizados. Bem, apenas por comodidade, citei apenas 10 dessas “crias” do conhecimento, irmão gêmeo da competitividade.

Constroem assim a verdadeira vantagem competitiva, cientes de que a globalização não perdoa a incompetência nem a falta de compreensão dos cenários onde se travam as batalhas impiedosas dos mercados.

E  as empresas que pretendem vencer essa “3ª. Guerra Mundial” nunca esquecem de abastecer generosamente seu arsenal com as melhores armas disponíveis para executar uma gestão competitiva eficiente.