Evidentemente,
algo anda muito mal no MERCOSUL.
Até parece
esquecido que por mais de vinte anos esse grupo de nações foi uma promessa firme
para seguir e liderar um caminho virtuoso nas relações econômicas, comerciais,
sociais, estratégicas, operacionais e políticas desta parte do mundo.
Tudo começou
a desandar na manobra – cá entre nós não muito clara - para incorporar a
Venezuela em 2012, quando a ideologia atropelou os princípios acordados na
formação do bloco. Isso deixou feridas que nunca fecharam e hoje o “sócio do
norte” é o estopim de uma crise institucional que ameaça a estabilidade e credibilidade
da entidade.
E ainda, para
aumentar o caos institucional, surgem das sombras forças contrárias,
acobertando interesses que nem sempre podem ser revelados, jogando gasolina na
fogueira na tentativa de provar que o Brasil - essencial para a solidez e
continuidade dessa aliança - não precisa
do MERCOSUL e que pode atender melhor seus interesses internacionais sem as
amarras jurídicas e operacionais do bloco.
É bom insistir que o dano de uma possível volta para trás no
processo de integração são substancialmente maiores que as diferenças
existentes, todas passíveis de negociação. Basta lembrar a importância de
manter-se a unidade, força e credibilidade nas negociações vitais ora em
andamento com a União Europeia (UE), sem deixar de lado os possíveis acordos
com os países do Pacto Andino, China, Índia e Países Árabes, assim como os
incontáveis acordos celebrados entre os membros cobrindo áreas essências para
harmonizar e acelerar o crescimento regional e o bem estar de suas populações.
Com
relação ao acordo com a UE, ora em face derradeira, sobram as evidencias que ambas
as partes permanecem plenamente comprometidos com essa negociação, tendo em
vista os importantes ganhos econômicos, políticos e institucionais esperados
para os dois lados de um acordo abrangente, ambicioso e equilibrado, meta final
desse entendimento através do Atlântico.
É claro que as incertezas com relação à situação internacional
e seus reflexos por inércia na economia regional, aliado a aspectos
indesejáveis da conjuntura interna de cada sócio, complicam o andamento e a
velocidade do processo de integração, assim como que é lógico que a pressão das
urgências e angustias do momento impedem a consolidação de objetivos
estratégicos que precisam ser apreciados no longo prazo.
Um fato essencial, que não pode ser negligenciado pela sua
importância, resulta da visão critica dos principais países do mundo, que muito
bem pode sintetizar-se assim: “Se um
grupo de países da América Latina consegue, apesar de suas divergências
históricas, negociar, formatar e consolidar mecanismos institucionais de
integração entre si merece credibilidade, possui maturidade política e, a
partir de seu crescente prestígio internacional, pode vir a ser considerado um
parceiro importante e confiável na formação de novas alianças”.
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