terça-feira, 20 de outubro de 2015

UM MUNDO NOVO



O futuro é, por definição, imprevisível. Embora as empresas e os governos devam preparar cenários que os orientem em suas ações, devemos estar sempre preparados para lidar com eventos extraordinários que alterem, em graus variados, o curso esperado dos acontecimentos. Em outras palavras, temos que admitir que um futuro de céu de brigadeiro não está garantido para nenhum país.

Isto posto, é preciso avaliar com a maior atenção o avanço espetacular do processo de internacionalização da economia, que trouxe para cada vez mais perto da realidade o sonho de Adam Smith que já em 1776 alentava a visão de “um mundo unido pelo comércio, irmanado na busca da prosperidade e onde cada nação participava de acordo com suas capacidades”.

De certo modo, o insigne mestre antecipava que o capitalismo, através de sua filha predileta, a globalização, seria o sistema econômico mais promissor para a prosperidade mundial, acelerando a convergência entre as nações para compartilhar, de modo justo, os benefícios do progresso.

Claro, isso na expectativa ideal de um mundo livre de cobiça, egoísmo, interesses inconfessáveis, corrupção, grandes corporações, ânsia descontrolada pelo poder e pela riqueza e outras “pérolas” de nossa civilização consumista. O que, convenhamos não é, infelizmente, a realidade deste mundo louco.

Mas, nem por essas “falhas”, é possível desconhecer, numa breve análise, uma formidável evolução do processo de globalização nos últimos 25 anos, fortemente alicerçado nas impressionantes mudanças tecnológicas incorporadas nas redes mundiais de comunicação e de transporte.

Nesta parte do mundo, especialmente neste nosso Século XXI, as mudanças econômicas verificadas no Brasil são também explicadas desde uma perspectiva global, visivelmente centradas na abertura da economia com reflexo direto no crescimento do comércio exterior, na liberalização do mercado financeiro e no significativo aumento dos investimentos provenientes do exterior. O que, é preciso observar, reforça a presença, influência e dependência cada vez mais marcante do capital estrangeiro e dos efeitos dos acontecimentos externos nas oscilações dos mercados, esses sim servos incondicionais dos eventos pelo mundo afora.

Mas, gostemos ou não, o processo parece irreversível e, possivelmente, definitivo. Até porque surgiu naturalmente, sem pais conhecidos, sem donos, sem profetas. E quem sabe por que, na sua forma primitiva, teve origem nos alvores da humanidade para dar vazão à curiosidade e o espírito aventureiro de nossos ancestrais, para a maioria dos quais as trocas – o comércio – era uma questão de sobrevivência e de progresso.

E também, porque parece ser uma boa resposta para o uso intensivo do conhecimento, da inovação e da tecnologia, cuja expansão no último quarto de século ultrapassa os limites da mais otimista das previsões e hoje são parte fundamental na construção de um “Novo Mundo” que, essencialmente, encerra a promessa de um futuro melhor para todos os povos do planeta.




quarta-feira, 14 de outubro de 2015

UM NOVO GIGANTE


Nasce a TPP - Parceria Trans-Pacífico, celebrado por 12 países e desde já o maior e mais ambicioso acordo de livre comércio do mundo, integrado por EUA, Japão – 1ª. e 3ª. economias do planeta – somando outros sócios estratégicos como Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Vietnam, Singapura, Brunei e os latino-americanos mais ativos na participação de pactos internacionais abertos para o mundo: Chile, Peru e México.

Com quase 40% do PIB mundial e 25% das trocas comerciais internacionais, o novo pacto já originou protestos e alertas amarelos pelos possíveis efeitos nos fluxos do comércio e dos investimentos, desde que, potencialmente, pode “prejudicar” outros players no jogo global de interesses econômicos e posições de força.

È claro que, como outros países, em princípio, o Brasil pode ser molestado pelo deslocamento de preferências estratégicas nos fluxos de negócios, entre os quais são especialmente sensíveis as principais commodities exportadas pelo país, sem menosprezar outros grupos de produtos de médio e alto valor agregado que tem nos países mais adiantados um mercado de vital importância.

Nesse embate colossal de interesses que abrangem centenas de bilhões de dólares e centenas de milhares de empregos, não restam dúvidas do enorme potencial da TPP para transformar-se num novo acelerador do ritmo de desenvolvimento dos países membros, na medida em que as vantagens relativas ganhem espaço e sejam incorporadas às correntes de comércio, Investimentos, empreendimentos conjuntos, energia, logística e consumo, entre outras.

Em nossas bandas, para o MERCOSUL, tentando amortecer um eventual impacto negativo desse convênio, passa a ser absolutamente prioritária a finalização do acordo, ora em face final de negociação, com a UE (União Europeia) e seus 505 milhões de habitantes, com um poder de compra pessoal três vezes maiores que seu equivalente nesta parte do planeta e que, no curto prazo, pode considerar-se o único bloco em condições de rivalizar com o poder do novo gigante.

Naturalmente, sem deixar de lado um acordo com a China – 2ª. Economia do mundo no caminho de ocupar o primeiro lugar na próxima década – que, na realidade, já tem o caminho traçado com os pactos de livre comércio do dragão asiático com Chile e México.

Os quais, vale insistir, souberam negociar acordos que não significam danos para suas indústrias, empregos e qualidade de vida e que, desse modo, estão apressando seu próprio desenvolvimento e sua inserção (obrigatória) a um mundo globalizado que exige, sem desculpas, melhores produtos a menores custos para mais consumidores.

Ou, em outras palavras: Para todos, é condição indispensável manter padrões elevados de competitividade, filha predileta da inovação, do conhecimento e da adequada compreensão das forças que determinam o sucesso e que passa à categoria de agente fundamental da inserção internacional do país, permitindo uma passagem sem maiores percalços pelos forçosos caminhos da globalização.


Nos quais, queiramos ou não, todos têm que pagar pedágio. 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

NA SOMBRA DO DRAGÃO III



 O dialogo de potencias

A recente visita do presidente chinês Xi Jinping aos EUA, onde manteve longos encontros com o presidente Barack Obama foi, para muitos especialistas internacionais, um momento crucial para a manutenção de um clima de harmonia, cooperação e paz entre as duas maiores economias do mundo e que, de uma forma ou outra, compartem junto com a Rússia a liderança do poder mundial derivado de seus desmedidos arsenais de armas de destruição em massa. 

Num cenário global conturbado, onde muitas correntes de mudança se entrechocam furiosamente para ganhar predomínio num mundo em continua tensão, os dois lideres confirmaram sua vontade de continuar cooperando de forma significativa para solucionar problemas que têm acendido a luz amarela – senão vermelha - de dificuldades que sinalizam ameaças serias ao bem estar das pessoas, como a mudança climática, o baixo ritmo de crescimento mundial, as desigualdades sociais, a corrupção, a necessidade de melhorar a fiscalização do sistema financeiro mundial, o aprimoramento da comunicação entre as lideranças globais, a procura de metas universais para o bem estar das pessoas, a manutenção de um apoio firme ao trabalho das Nações Unidas. E outros temas críticos, esses guardados a sete chaves e proibidos para as gentes dos povos do Planeta que compartem, queiram ou não, gostem ou não, as loucuras dos regimes dominantes (?). 

Por conseguinte, o padrão torna-se claro: O diálogo é o melhor caminho para serenar as asperezas naturais das relações entre dois gigantes com interesses de complexidades somente vislumbradas no marco de suas respectivas posições como potencias globais.

Por outra parte, não podemos esquecer que nas últimas décadas, a China confirmou, ano após ano, paciente e persistentemente, sua vocação e sua capacidade para vir a exercer um papel de protagonista no cenário internacional. Pragmaticamente, além de fazer parte do seletíssimo clube das potências atômicas e do trio de nações que monopolizam a exploração espacial – o que traduz excelência tecnológica e científica nas principais áreas do conhecimento – tem assombrado o mundo com taxas de desenvolvimento econômico inigualáveis nos últimos 30 anos, nunca antes verificadas na historia conhecida por nenhuma nação ou região do planeta.  

A Historia e a realidade

Aliás, foi em Fevereiro de 1972, deixando de lado as conturbadas relações e as inimizades de tempos passados, numa jogada estratégica absolutamente inacreditável no embate da guerra fria, foi a visita de Nixon à Beijing que iniciou a caminhada de aproximação China-EUA - distanciados e adversários declarados desde que os exércitos vitoriosos de Mao, em1949, expulsaram para Formosa (Taiwan) as derrotadas tropas de Chang-Kai-Sek  - Nixon, numa rara antecipação do futuro, qualificou o período de sua visita como “a semana que mudou o mundo”.

Hoje, uma densa teia de interesses une os dois países e contribuem diretamente para manter o equilíbrio entre as duas potências. E que os dois países são os maiores sócios comerciais do planeta; os EUA, que são, disparados, os maiores inversores de capital privado na China, têm participação em mais de 14.000 empresas naquele país, inclusive muitas de tecnologia de ponta, somando investimentos diretos de mais de US$ 700 bilhões; a China, por sua vez, tem mais de US$ 950 bilhões de suas reservas aplicados em bônus do Tesouro Americano; empresas e instituições de ambos os países fazem trabalhos conjuntos de pesquisa em dezenas de áreas estratégicas; o intercambio tecnológico, científico, educacional e cultural atinge níveis impressionantes e cresce aceleradamente.

O dragão e a águia parecem que acharam, incrivelmente, um ninho comum.







.

  
NA SOMBRA DO DRAGÃO III]

O dialogo de potencias

A recente visita do presidente chinês Xi Jinping aos EUA, onde manteve longos encontros com o presidente Barack Obama foi, para muitos especialistas internacionais, um momento crucial para a manutenção de um clima de harmonia, cooperação e paz entre as duas maiores economias do mundo e que, de uma forma ou outra, compartem junto com a Rússia a liderança do poder mundial derivado de seus desmedidos arsenais de armas de destruição em massa. 

Num cenário global conturbado, onde muitas correntes de mudança se entrechocam furiosamente para ganhar predomínio num mundo em continua tensão, os dois lideres confirmaram sua vontade de continuar cooperando de forma significativa para solucionar problemas que têm acendido a luz amarela – senão vermelha - de dificuldades que sinalizam ameaças serias ao bem estar das pessoas, como a mudança climática, o baixo ritmo de crescimento mundial, as desigualdades sociais, a corrupção, a necessidade de melhorar a fiscalização do sistema financeiro mundial, o aprimoramento da comunicação entre as lideranças globais, a procura de metas universais para o bem estar das pessoas, a manutenção de um apoio firme ao trabalho das Nações Unidas. E outros temas críticos, esses guardados a sete chaves e proibidos para as gentes dos povos do Planeta que compartem, queiram ou não, gostem ou não, as loucuras dos regimes dominantes (?). 

Por conseguinte, o padrão torna-se claro: O diálogo é o melhor caminho para serenar as asperezas naturais das relações entre dois gigantes com interesses de complexidades somente vislumbradas no marco de suas respectivas posições como potencias globais.

Por outra parte, não podemos esquecer que nas últimas décadas, a China confirmou, ano após ano, paciente e persistentemente, sua vocação e sua capacidade para vir a exercer um papel de protagonista no cenário internacional. Pragmaticamente, além de fazer parte do seletíssimo clube das potências atômicas e do trio de nações que monopolizam a exploração espacial – o que traduz excelência tecnológica e científica nas principais áreas do conhecimento – tem assombrado o mundo com taxas de desenvolvimento econômico inigualáveis nos últimos 30 anos, nunca antes verificadas na historia conhecida por nenhuma nação ou região do planeta.  

A Historia e a realidade

Aliás, foi em Fevereiro de 1972, deixando de lado as conturbadas relações e as inimizades de tempos passados, numa jogada estratégica absolutamente inacreditável no embate da guerra fria, foi a visita de Nixon à Beijing que iniciou a caminhada de aproximação China-EUA = distanciados e adversários declarados desde que os exércitos vitoriosos de Mao, em1949, expulsaram para Formosa (Taiwan) as derrotadas tropas de Chang-Kai-Sek  - Nixon, numa rara antecipação do futuro, qualificou o período de sua visita como “a semana que mudou o mundo”.

Hoje, uma densa teia de interesses une os dois países e contribuem diretamente para manter o equilíbrio entre as duas potências. E que os dois países são os maiores sócios comerciais do planeta; os EUA, que são, disparados, os maiores inversores de capital privado na China, têm participação em mais de 14.000 empresas naquele país, inclusive muitas de tecnologia de ponta, somando investimentos diretos de mais de US$ 700 bilhões; a China, por sua vez, tem mais de US$ 950 bilhões de suas reservas aplicados em bônus do Tesouro Americano; empresas e instituições de ambos os países fazem trabalhos conjuntos de pesquisa em dezenas de áreas estratégicas; o intercambio tecnológico, científico, educacional e cultural atinge níveis impressionantes e cresce aceleradamente.

O dragão e a águia parecem que acharam, incrivelmente, um ninho comum.







.