Na sua já
tradicional reunião anual, o Fórum Econômico Mundial reuniu em Davos (Suíça)
algumas das mais notáveis personalidades do planeta que, gostemos ou não, tem
muito a ver com o formato que terá nosso mundo nas próximas décadas e que
ainda, entre luzes e sombras, compartilha as vicissitudes da crise globalizada
que açoita, impiedosa e sem perdoar ninguém, a sociedade desse começo de Século
XXI.
Davos é
importante não apenas pelo confronto de idéias e pelas teses expostas e debatidas,
senão, especialmente, pela consolidação de novos – e antigos – relacionamentos e
pelos negócios, que nesse encontro de “grandes” é o pano de fundo que reflete
os interesses dos poderosos da Terra.
Nesse
desfile de personalidades “top”, nossos ministros da área econômica tentam,
freneticamente, convencer os céticos possuidores dos cordões mágicos que abrem
as bolsas do dinheiro de que o Brasil continua sendo um dos melhores lugares do
mundo para investimentos e que os pífios resultados dos últimos tempos são
apenas detalhes – a crise mundial é o grande vilão e serve de saco de pancadas
para explicar o desastre de nossa gestão econômica - - que não comprometem a
lucratividade e a segurança dos negócios. Até porque no final, na falta de melhor
argumento, Deus é Brasileiro!
È claro que
entre as melhores bebidas e cardápios de reis, fica um amplo espaço para trocar
idéias sobre alguns dos problemas mais graves que afligem o futuro da
humanidade, como o renascimento do terrorismo, a mudança climática, a ameaça da
falta de água, a desigualdade crescente da distribuição de renda, os conflitos
regionais, o fanatismo religioso. Temas não faltam!
Mas existe
uma constante recorrente: O começo da solução de alguns dos mais graves
problemas globalizados passa, obrigatoriamente, pelo acolhimento dos interesses
daqueles que detém o poder e os recursos, sejam pessoas, conglomerados
empresariais ou nações. A História é pródiga em exemplos!
È claro que
não existem garantias de que algo novo ou espetacular surja desses encontros,
embora importantes personalidades divulguem projetos que devem contribuir na
construção de um mundo cada vez melhor, especialmente para os grupos menos
favorecidos e mais carentes do Planeta.
Um exemplo é a Aliança Gavi, cuja meta é facilitar o acesso à vacinação
em todo o mundo. Sua base nasceu em Davos e, desde a sua criação no ano 2000, o
projeto já financiou vacinas contra doenças potencialmente fatais para 440
milhões de crianças de países em desenvolvimento.
Aliás, muitas iniciativas notáveis nascidas em Davos ficam nos
bastidores de projetos que, no seu conjunto, procuram o bem estar da população
global.
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