segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

DAVOS 2015


Na sua já tradicional reunião anual, o Fórum Econômico Mundial reuniu em Davos (Suíça) algumas das mais notáveis personalidades do planeta que, gostemos ou não, tem muito a ver com o formato que terá nosso mundo nas próximas décadas e que ainda, entre luzes e sombras, compartilha as vicissitudes da crise globalizada que açoita, impiedosa e sem perdoar ninguém, a sociedade desse começo de Século XXI.

Davos é importante não apenas pelo confronto de idéias e pelas teses expostas e debatidas, senão, especialmente, pela consolidação de novos – e antigos – relacionamentos e pelos negócios, que nesse encontro de “grandes” é o pano de fundo que reflete os interesses dos poderosos da Terra.

Nesse desfile de personalidades “top”, nossos ministros da área econômica tentam, freneticamente, convencer os céticos possuidores dos cordões mágicos que abrem as bolsas do dinheiro de que o Brasil continua sendo um dos melhores lugares do mundo para investimentos e que os pífios resultados dos últimos tempos são apenas detalhes – a crise mundial é o grande vilão e serve de saco de pancadas para explicar o desastre de nossa gestão econômica - - que não comprometem a lucratividade e a segurança dos negócios.  Até porque no final, na falta de melhor argumento, Deus é Brasileiro!

È claro que entre as melhores bebidas e cardápios de reis, fica um amplo espaço para trocar idéias sobre alguns dos problemas mais graves que afligem o futuro da humanidade, como o renascimento do terrorismo, a mudança climática, a ameaça da falta de água, a desigualdade crescente da distribuição de renda, os conflitos regionais, o fanatismo religioso. Temas não faltam!
Mas existe uma constante recorrente: O começo da solução de alguns dos mais graves problemas globalizados passa, obrigatoriamente, pelo acolhimento dos interesses daqueles que detém o poder e os recursos, sejam pessoas, conglomerados empresariais ou nações. A História é pródiga em exemplos!

È claro que não existem garantias de que algo novo ou espetacular surja desses encontros, embora importantes personalidades divulguem projetos que devem contribuir na construção de um mundo cada vez melhor, especialmente para os grupos menos favorecidos e mais carentes do Planeta.

Um exemplo é a Aliança Gavi, cuja meta é facilitar o acesso à vacinação em todo o mundo. Sua base nasceu em Davos e, desde a sua criação no ano 2000, o projeto já financiou vacinas contra doenças potencialmente fatais para 440 milhões de crianças de países em desenvolvimento.

Aliás, muitas iniciativas notáveis nascidas em Davos ficam nos bastidores de projetos que, no seu conjunto, procuram o bem estar da população global.

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

PRINCÍPIOS PARA NÃO ESQUECER


Inúmeros são os fatores que contribuem para a competitividade das exportações dum país e, em particular, de uma empresa que, salvo exceções, podemos resumir em oferecer vantagens palpáveis aos compradores-importadores frente aos produtos/serviços ofertados por outros concorrentes Ou seja, sinteticamente, somos diferentes, somos os melhores!

Ou, de modo bem simples e direto: Eu tenho que ser melhor – em todos os sentidos – que meus competidores pelo mundo afora. Tenho que tentar fechar aquele o antigo axioma do marketing vencedor: o produto certo, no tempo certo, no preço certo, na qualidade certa, nas condições certas. E o “certo” fica por conta da opinião do comprador, exceto no caso de monopólios e circunstâncias especiais
Se excetuarmos as commodities – com suas padronizações e regras próprias regidas pelas Bolsas de Mercadorias – as de Chicago, Londres e Hong Kong são as mais conhecidas - fica para a livre negociação (praticamente) a fixação das condições de comercialização entre vendedores (exportadores) e compradores (importadores).

Agora, para ganhar essa preferência, derivada do conflito natural de interesses, os exportadores, muito particularmente nossas empresas industriais pequenas e médias, precisam estar devidamente preparadas para chegar às condições ideais para fechar negócios lucrativos. Precisam, em todo ou em parte, seguir princípios chaves para a competitividade internacional, tal como recomendado pela OMC – Organização Mundial de Comércio. Desses, exé possível destacar dois grupos principais: 1)aqueles externos à empresa, derivados da forma e modo de intervenção governamental em suas áreas de responsabilidade; 2) aqueles internos à empresa, originados na de como ela está preparada para sua atuação internacional, ou melhor, de sua capacidade de competir além fronteiras.

Essa capacidade tem como base certos princípios, todos intimamente entrelaçados, que servem de orientação eficiente para aqueles que pretendem participar dos mercados do mundo.... e ganhar dinheiro.
Podemos lembrar algumas dessas exigências fundamentais, apenas um mínimo para sinalizar a trilha a ser percorrida:

Administração: 1)Todo o processo deve ser controlado e dirigido de forma centralizada; 2) Planejamento: o PLANO ESTRATÉGICO DE EXPORTAÇÕES – deve resumir e servir de guia à atuação internacional da empresa;
(3 Informação do mercado: O conhecimento prévio do mercado é fundamental; 4) Marketing: Uma apropriada aplicação das ferramentas de marketing deve oferecer apóio direto às vendas; 5) Qualidade - preço: Geralmente, é um binômio de importância crucial; 6) Valor: O valor real – que justifica o preço - é a soma de um conjunto de atributos, que podem incluir, ainda que não exclusivamente, antecedentes, atendimento, características do relacionamento entre as partes, garantias, condições de entrega, embalagem, design, exclusividade, instruções de uso, forma de pagamentos, cuidado com o meio ambiente, etc. 7) Flexibilidade: Em mercados globalizados, em contínua mutação, é preciso manter a mente aberta para possíveis mudanças e adaptações;  
8) Parcerias: Não esquecer que aliados – parceiros – internos e externos,  podem ser uma ajuda decisiva para conquistar objetivos e acelerar o crescimento dos negócios; 9) Continuidade: É proibido desistir e não tentar outra vez; 10) Atitude: Sempre positiva, que um dos sinais das empresas vencedoras.

De tudo, é possível concluir-se que uma excelente posição competitiva integra muitos atributos – citamos apenas alguns - onde nenhum componente pode tem uma cotação muito baixa ou negativa prejudicando, por isso, a harmonia desse círculo virtuoso, promessa de bons negócios, contínuos e lucrativos.


MS!17/01/15


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

OS DOIS LADOS DA MOEDA

Em 2014, as exportações brasileiras não foram satisfatórias – apenas 225 bilhões de dólares - valor insuficiente cobrir os 229 bilhões de dólares de importações deixando, portanto, um saldo negativo de quatro bilhões, o pior resultado do balanço comercial desde 2011.

Existem explicações, é claro, destacando-se o déficit de mais de 16 bilhões de dólares da conta petróleo – que volta a vestir a carapuça de grande vilão do equilibro de nossa balança comercial; a redução do preço internacional de nossas commodities exportadoras - que caíram em quase 13 bilhões de dólares com relação a 2013 e muito mais com relação aos valores do qüinqüênio anterior, com o minério de ferro em queda vertical em função da redução dramática da demanda da China e do excesso de oferta mundial; o arrefecimento da demanda internacional de 10 entre 15 dos grandes países importantes no comercio exterior do Brasil e, nisso, Argentina é relevante. Ainda mais, tudo isso somado a um panorama generalizado de crise global num mundo que tenta penosamente sair do caos econômico
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Agora, se olhamos friamente o outro lado da moeda, depois de caracterizados alguns dos mais importantes fatores externos que afetaram negativamente nosso resultado em 2014, temos motivos para otimismo em 2015, quando as previsões para o desempenho da economia mundial indicam um crescimento previsto de aproximadamente 30%, passando dos 3% em 2014 para praticamente 4% em 2015, o que significa que a demanda mundial precisa crescer para acompanhar um consumo maior. E os preços podem voltar a registrar altas, especialmente de commodities.

Também, a perspectiva de um maior equilibro na conta petróleo ajudarão a diminuir sua pressão negativa sobre o balanço comercial, assim como são positivos os indicadores econômicos de nossos sócios da America Latina, o que também deve contribuir para aumentar nosso saldo positivo com essa região.
Contudo existem outros componentes que precisam ser levados me conta e que permitem augurar um 2015 melhor, tais como: 1) a possibilidade de um dólar acima de RS2, 40 no decorrer do ano, patamar que contribui diretamente para a competitividade de todas nossas exportações; 2) o fato de que em 2014, o restante da pauta, ainda que amargando um dólar na faixa de RS$ 2,20 praticamente nos primeiros nove meses do ano, conseguiu um resultado que pode considerar-se espetacular ao cobrir praticamente 90% dos resultados negativos; 3) o aumento de 9,8% das vendas de produtos manufaturados para os EUA – que apresenta claras sinais de recuperação – superando largamente a elevação geral de 3,4% das compras globais estadunidenses. E as projeções são positivas.

 E outro ponto sobressalente que não pode ser negligenciados: o aumento de numero de empresas exportadoras, que no ano passado registrou 441 novos participantes, fechando 2014 com 19.900 empresas exportadoras brasileiras.

O novo ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Armando Monteiro, na sua posse, ressalta que “o comércio exterior é prioridade irreversível” e ainda mais: “O papel primordial do MDIC é posicional o tema competitividade no centro da atenção política do Brasil”.

E para não deixar por menos, prometeu para breve um “pacotão” de medidas que irão beneficiar os exportadores e cooperar para dinamizar nosso comércio com o exterior.

Então, um pouco de confiança e de otimismo não estão demais, naturalmente ancorados num esforço especial por aumentar a competitividade dos produtos e serviços brasileiros.



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

PODEMOS COMPETIR


Brasil tem atravessado um período comparativamente ruim desde 2011, com suas exportações praticamente estáveis – às vezes, á custa de artifícios contábeis – e lamentavelmente, sem condições de gerar saldos cambiais positivos para aliviar nosso castigado balanço de pagamentos.

Num mundo mutante, onde as condições e regras do xadrez político mudam ao sabor dos desígnios dos países dominantes, sempre assombrados pelo rugir ensurdecedor dos gigantescos interesses globais das 1.000 maiores corporações do planeta, a competitividade internacional surge como um valor “sine-qua-non”, imprescindível para manter-se no pelotão da frente entre as nações vencedoras nesse cenário de guerra comercial permanente - temos que reconhecer – que é a realidade entre as nações que participam da maratona de conquistar e manter mercados para seus produtos e serviços.

Mas, o que interessa é tentar estabelecer uma perspectiva viável para as exportações brasileiras de bens para 2015 e definir cenários possíveis de negócios no ano ora iniciado.

Ainda que com algumas divergências, os principais organismos internacionais (OMC, FMI, UNCTAD) assinalam um 2015 um pouco melhor que o verificado em 2014, com um crescimento do comércio mundial na faixa dos 4% em valor, apoiados numa recuperação da economia global que deve emplacar também uns 4%. E para 2016 e 2017, as perspectivas são de números mais robustos, confirmando que as agruras de 2008-2014 começam a ser coisa do passado e podemos aguardar uma melhoria geral nos negócios.

Entre as bases desse otimismo (moderado) são destaque a seqüência da forte recuperação dos EUA, os sinais de que a crise da Europa está sob controle - pelo menos do ponto de vista econômico - a perspectiva de continuidade e até aumento da demanda da China e dos países asiáticos e as expectativas de um ciclo mais positivo para os países da América Latina, com a possibilidade de um ano mais positivo para Brasil e Argentina.

Isto, somado recuperação – ou, pelo menos, manutenção - dos preços das commodities, cuja queda em 2014 comprometeu fortemente as receitas dos países em desenvolvimento.

No entanto, isso não é suficiente para um Brasil que necessita – essencialmente –um esforço concentrado para o aumento das vendas externas, apoiadas em oito pilares de ouro da competitividade: mais produtividade, vender a mais mercados; vender mais produtos; aumentar o numero de exportadores; acrescentar valor á pauta exportadora; dar continuidade aos esforços de promoção e de vendas, independentemente das oscilações dos mercados; a manutenção de patamares adequados para a relação dólarxreal; e, claro, tudo isso com lucro para os produtores/exportadores.

Ainda mais: O Brasil precisa urgentemente a desburocratização de toda a estrutura governamental que lida com as operações de comércio com o exterior, em todos os niveles, assim como estabelecer um “pacto de competitividade internacional’, entre as empresas e as federações, associações, sindicatos e outros organismo empresariais, agrupados no esforço conjunto de ajudar realmente às empresas, especialmente as pequenas e médias, a “vender mais e melhor no exterior”.

Obriga a todos os participantes a realizar um trabalho atualizado, inovador e adaptado ás peculiaridades de nossas características e necessidades para competir com eficiência nos cenários externos onde e realizam as batalhas dos mercados.

Conseguiremos?