quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ÉTICA GLOBALIZADA

Uma das iniciativas mais interessantes das Nações Unidas, ora em pleno andamento, é a proposta de elaborar um CÓDIGO UNIVERSAL DE PRINCÍPIOS E BOAS PRÁTICAS DE COMÉRCIO MUNDIAL, com a participação, aberta e sem restrições, de todos aqueles que desejarem opinar, colaborar e discutir a formatação final desse magno documento o qual, posteriormente, será submetido à Organização Mundial do Comércio para aprovação final.

Essa gigantesca consulta pública global, possível em tempo real graças à Internet, envolve mais de 200 países e quase 5.000 organizações, reunindo representantes dos três principais grupos de interessados: a) os que defendem os interesses da Sociedade Civil; b) aqueles que falam em nome dos governos e; c) os que analisam a temática do ponto de vista empresarial.

ONGs, universidades, entidades empresariais, sindicatos, empresas de consultoria, organizações de pesquisa, etc. contribuem desse fórum, cuja resultante pode (deve) ser uma formula aceita por todos para moldar um relacionamento mais justo entre consumidores, produtores e governos dos mais de 250 países que lutam por seu lugar ao sol nesse conturbado – e cada vez mais aquecido – planeta de todos nós.

E que, na realidade, de um outro ponto de vista, trata-se de trilhar novos caminhos para unificar interesses tradicionalmente conflitantes entre os três grupos de atores principais do jogo do poder: a) os países ricos e suas multinacionais; b) os emergentes (o Brasil no meio), que começam a brigar por uma posição que reconheça sua importância e seu papel decisivo na sustentação do crescimento da economia global; c) os pequenos, integrados pelos países pobres e de pouca importância econômica.

A esses protagonistas das batalhas pelo predomínio mundial, não podemos esquecer a população em geral, a massa de consumidores atuais e em potencial, os quais, no final das contas, são o elo decisivo que sustenta a corrente do comércio.

Além das questões técnicas, a consulta trás a tona temas polêmicos, como Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável, Normas Universais de Trabalho, Direitos Humanos. Ética Comercial e outros não menos importantes na busca de um código de conduta aceitável e condizente com a realidade maior: a humanidade é uma só, independentemente das nacionalidades e dos preconceitos moldados por circunstancias históricas perdidas nas linhas do tempo.

É claro que a tarefa é hercúlea porque, entre outras coisas, pode contribuir para fazer transparentes as verdadeiras intenções pós-crise dos outrora todo-poderosos países ricos. E como têm montanhas de roupa suja para lavar........ o tempo dirá!