terça-feira, 25 de novembro de 2008

UM VALOR BÁSICO

Eis o tema do 5º. Foro de Beijing, realizado no início de Novembro, com participantes de mais de 40 países:”A Harmonia da Civilização e Prosperidade para Todos”. E no subtítulo, esclarece: “Uma análise dos Valores Universais e as Tendências de Desenvolvimento no Milênio”.
No ideário chinês o conceito de harmonia é um valor básico, é o espírito fundamental da cultura china (e pasmem!,) é o centro motriz das coordenadas para o planejamento governamental no Plano Qüinqüenal 2007-2012.

A Secretaria Geral do conclave, Liu Yandong, enfatizou que” para os chineses trata-se de um critério chave em muitos tipos de relações entre povos, entre indivíduos y sociedade, entre etnias y estados, entre culturas, e entre seres humanos e natureza.”
Vale o exemplo do boxe chinês, praticado ao amanhecer em milhares de praças da China, quando milhões de chineses – a maioria da melhor idade – se exercitam com movimentos suaves, buscando nesse incrível ritmo harmonizar corpo, espírito e natureza.

Para muitos, as crises irrompem quando a harmonia é quebrada, como no capitalismo global de hoje e sua capacidade para gerar mais pobreza e desigualdade entre cidadãos e países. Em seis mil quinhentos milhões de pessoas que constituem a população mundial, 1200 milhões vivem em pobreza absoluta, 150 milhões estão desempregados, 800 milhões não têm acesso a serviços de saúde e 850 milhões são analfabetos. (ONU, 2007).

O que mais revolta é saber é que para eliminar esse flagelo vergonhoso bastariam apenas 10% dos gastos destinados a armamentos pelas 10 economias mais ricas do planeta.

Ou apenas 20% dos recursos utilizados (até Janeiro/09) pelos EE:UU e UE para salvar suas empresas financeiras mal administradas.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O CARROSSEL

Os lideres das 20 nações mais ricas do mundo tentarão um consenso sobre os remédios que podem ajudar o mundo sair no do lamaçal para o qual foi empurrado pela dupla sinistra: capitalismo & liberalismo, que é o refugio predileto dos grandes males que afligem a humanidade: egoísmo, materialismo, soberba, consumismo, corrupção, ganância, ansia de poder e desrespeito ao meio ambiente.

Felizmente, países que ontem eram da “periferia",como o Brasil, também poderão opinar e dizer, em alto e bom tom: Basta! A supremacia colonialista dos que tudo têm, precisa terminar de vez! Então, e só assim, podemos negociar uma solução duradoura e honesta para uma crise da qual nós somos vítimas, não culpados! E evitar que se repita no futuro!

Bem, tentar não custa nada.

Postura que, sem dúvida, abre caminho para as três primeiras revoluções econômicas do Século XXI e que devem transformar as relações entre as nações: a reforma do sistema que outorga o direito para que poucos decidam, à portas fechadas, o destino de muitos; o aperfeiçoamento do processo de globalização, para ajudar a reduzir o abismo entre ricos e pobres; e a proteção prioritária do meio ambiente, para preservar o planeta.

Isso, apenas para começar.

Até que é mais que evidente que tampouco escapa para os “grandes” que o sistema capitalista somente pode manter-se se a economia cresce de modo contínuo, e para que isso aconteça, o consumo não pode parar de aumentar indefinidamente: mais pessoas demandando mais bens e serviços, e assim sucessivamente, mais, mais...sem limites (?). Do que resulta importante que os mais carentes – sejam as pessoas mais pobres de um país, sejam os países mais pobres do mundo - se incorporem ao mercado, não por razões morais, das quais os países mais ricos parecem distantes, senão por motivos puramente técnicos: para que aumente a produção, são necessários mais e mais compradores; e para tal, é preciso que o poder de compra seja cada vez maior, abrangendo mais pessoas, em mais pontos do planeta. Isso é fundamental para manter o sistema em estado de crescimento perpetuo. Ou, de outro modo: o crescimento não pode, simplesmente, deixar de crescer!

Mais, mais e mais, é a consigna maior do capitalismo & liberalismo! E, muito provavelmente, a origem do descalabro da economia mundial.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O PARCEIRO ESTRATÉGICO

O mundo treme indeciso sem entender o porque da “crise globalizada” nem o rumo a seguir para diminuir seus nefastos efeitos e busca, já em desespero, soluções salvadoras.

Os olhares ansiosos já não se dirigem ao todo poderoso (ex) EE.UU. – considerado, pela grande maioria, o principal responsável pelo "embroglio" no qual está submersa a outrora (aparentemente) sólida economia mundial – mas sim à distante China - “Na China está a salvação”, afirmam muitos afoitos, que acreditam que a luz no final do túnel tem a forma da tradicional lâmpada, feita de papel e bambu, que deve iluminar o caminho a ser seguido para sair dessa monumental enrascada do sistema liberal-capitalista.

E que a miragem de um crescimento sustentável, devidamente embalado num “capitalismo à chinesa” e politicamente apoiado em lideranças fortes, tem atrativos evidentes e oferece alternativas que merecem ser analisadas. Antes que afundemos todos no oceano agitado pelas ondas selvagens do capitalismo-liberal!

Na vida real, pelo pior camino imaginável – ameaça de uma recessão global – percebemos que a interdependencia entre as nações deixa de ser apenas um tema de conversa diplomática nos envidraçados salões da sede da ONU em Nova York, para vir a ser uma questão urgente, inmediata e que exige medidas e posicionamentos concretos.

E também que a solidez da economia dos EE.UU. significa - admitam ou não governos, polìticos, economistas e izquerdistas de plantão - uma salvaguarda necessária para sustentar, pouco ou muito, a saúde econômica/financeira de 99% dos paìses da terra. Direta ou indiretamente.

Incômoda situação, diriam os mais sabidos, que lembram das lições da história e torcem a nariz quando percebem as conseqüências e as artimanhas desse sorrateiro tipo de neo-colonialismo.

Bem, a China apresenta credenciais muito fortes para dar uma ”mãozinha” ao mundo em crise: tem um mercado potencial 7 vezes maior que aquele do Brasil; suas reservas em divisas estrangeiras de praticamente 2 trilhões de dólares são 10 vezes maiores que as nossas; rivaliza e em breve deve superar Alemanha como a segunda potência comercial do mundo, logo abaixo dos EE.UU; tem uma política eficaz de aproximação e ajuda com os países pobres e emergentes; é o maior produtor, importador, exportador, consumidos mundial de mais de 60 bens econômicos estratégicos, enfim, tem um quinto da população mundial, o que significa uma população 7 vezes maior daquela que habita a terra descoberta por Pedro Alvarez Cabral.

Sobretudo, tem o desejo manifesto de superar os EE.UU e ocupar seu lugar como a maior potência do mundo!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

EXPORTAR É A SOLUÇÃO

Interessante: 40 anos atrás, "EXPORTAR É A SOLUÇÃO" era o slogan da campanha oficial para motivar as empresas para sacudir a poeira do letargo colonial das exportações tradicionais de café, cacau, açúcar, banana e madeira – que representavam qualquer coisa próxima aos 90% das vendas externas – e partir para conquista de novos mercados pelo mundo afora.

Historicamente, foi a primeira vez que a burocracia governamental demostrava entender a importância crucial da inserção internacional do País como alavanca para a geração de empregos, incentivo para a melhoria da qualidade, da produtividade e da competitividade, geração de divisas sadias, atração de investimentos, aplicação de novas tecnologias e de novos sistemas de gestão.. enfim, seria um elo fundamental para do circulo virtuoso do desenvolvimento.

Hoje, num mundo onde o comércio internacional é uma das medidas mais importantes para julgar a capacidade de competir nos cenários globalizados, as exportações brasileiras têm também o rol estratégico de contribuir diretamente para manter o processo de estabilização detonado pelo Plano Real.

Mas, representando pouco mais de 1% do total mundial, estão muito aquém das necessidades e das potencialidades do Brasil. E, desde que concentradas em poucas centenas de empresas, resulta fundamental multiplicar o número de exportadores, motivando especialmente as P&M empresas industriais a competir internacionalmente, tanto pelo significado específico do negócio além fronteiras, como pela percepção de que o sucesso no mercado interno recebe a influência direta das atividades externas, desde que ambos espaços mantêm, cada vez mais, íntimas relações de interdependencia.

Além de uma taxa de câmbio favorável e das medidas já existentes de apoio à expansão das vendas externas, é também cada vez mais importante somar densidade econômica aos produtos, o que significa um crescimento do conteúdo tecnológico que, cada vez mais, ajudará a abrir novas portas no fechado mundo das exigências internacionais de sofisticação e diferenciação.

Ainda, é preciso implementar políticas coerentes com a realidade de guerra comercial permanente, o que obriga, sob pena de pesadas perdas, a manter princípios de excelência na gestão dos negócios internacionais, o que exige investimentos prévios, sólidos sistemas de informação, políticas de marketing competitivas, continuidade de esforços e uma diretriz firme de pautar as ações internacionais sob a égide de políticas de eficiência, inovação e criatividade.

Só para pensar: apenas para manter a participação brasileira no mercado mundial, seria preciso acrescentar uns 75% - uns U$ 120 bilhões - sobre os resultados de 2007 - nas vendas externas.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

CAMPO DE BATALHA



A história econômica das nações “vencedoras” demonstra claramente que seu crescimento, em todos os níveis, é fortemente acelerado através do comércio com o exterior que, por seus efeitos multiplicadores e suas exigências de modernização, pode muito bem ser considerado como o passaporte para a qualidade da estrutura organizacional de uma nação.

Ou, colocado em outros termos: o comércio internacional tem um papel fundamental no progresso, desde que exigente em níveis superiores de gestão dos negócios, uso de tecnologias avançadas, qualificação de todos os agentes participantes, melhoria da eficiência dos fatores de produção, participação inteligente do governo, eliminação de gargalos estruturais – o famigerado “Custo País”- enfim, a percepção de que a competitividade fora das fronteiras é o caminho para o bem estar dentro das fronteiras.

No comércio está a chave. E os dados da OMC (Organização Mundial do Comércio) são mais que eloqüentes, revelando que nos últimos 20 anos o crescimento médio do comércio internacional tem sido quase três vezes superior àquele correspondente ao PIB mundial

Então, queiramos ou não, a favor ou contra a internacionalização da economia, não é mais possível perder tempo discutindo temas da década dos 50, tentando reviver um passado que, gostemos ou não, está desaparecendo numa velocidade assustadora.Visto de outra forma, lá fora tem uma corrida entre o sucesso ou o fracasso. E não podemos fazer outra coisa senão participar, porque as penalidades por ficar fora vão muito além do sacrifício dos corredores para atingir sua melhor forma. Então, só tem sentido acadêmico a discussão de se a globalização é a grande responsável pela primeira grande crise econômica do Século XXI.

O que deve ser analisado, e muito bem, é como e o que fazer para ficar no pelotão de frente. E vencer. Agora, nessa corrida, os participantes são empresas, milhares de empresas, que devem ter condições para competir. Porque é na competitividade onde está o secreto do sucesso internacional. O que significa, para muitas empresas ainda embaladas na utopia de mercados cativos resguardados por barreiras aduaneiras, iniciar uma revolução interna de efeitos positivos fantásticos, visíveis na redução de custos, na aplicação de melhores tecnologias de gestão e produção e no aprimoramento da qualidade de seus produtos.

Como muito bem provam diariamente as empresas que não vacilam em enfrentar os riscos e as oportunidades dos mercados além fronteiras.