quarta-feira, 3 de abril de 2019
quarta-feira, 12 de abril de 2017
ENCONTRO DE GIGANTES
A cume entre o presidente Xi Jimping,
de China, e o presidente Donald Trump,
dos EE.UU, realizado no refugio predileto do republicano, em Mar-a-Lago, Florida, revelou que os laços, os interesses
e o pragmatismo que fortaleceram por décadas as relações entre as duas maiores
potencias do mundo, foram muito superiores ao contencioso entre os dois países
engrossado por diferenças de posições respeitáveis, onde se destacam a
soberania chinesa no Mar Meridional, a independência de Taiwan, o apoio da
China à Coreia do Norte, o enorme
déficit comercial dos EE.UU com o dragão asiático, a visão sobre as
respectivas políticas de direitos
humanos, a mudança do clima, o controle nuclear e outros temas espinhosos que,
no dizer de um alto assessor chinês “todos
podem ser incluídos numa ampla agenda de
negociações e entendimentos”.
No rumo de relações internacionais
produtivas e orientadas para a manutenção da paz, relações cordiais entre os
dois gigantes não seria pedir muito, considerando que um conflito aberto
(armado) entre os dois colossos traria consequências fatais para toda a
humanidade.
Anteriores declarações
grandiloquentes do presidente americano que faziam duvidar do sucesso da visita
de Xi, o pragmatismo e o bom senso
parece ter predominado, visíveis nas inúmeras razões para a manutenção das
melhores relações para beneficio comum e na (aparente) manutenção de políticas
de coexistência com o objetivo evidente
de ganhar-ganhar.
Para o consumo da mídia e do mundo
externo, ambas as partes pintaram o
melhor dos mundos, revelando um firme interesse em manter um clima de
sólida amizade cooperação,
tal como manifestou o presidente Xi: “
Existem mil razões para manter as melhores relações com os EE.UU e nem um único motivo para não ser assim”. E
acrescentou: “A cooperação é a única
escolha correta entre China e EE.UU, sabendo que temos muitas analogias para
trabalhar e sermos muito bons
parceiros”.
E claro, Trump aceitou o convite de
Xi para visitar China, ainda este ano, que bem poderia cristalizar uma nova
ocasião para reforçar e incrementar os laços que unem ambos os países.
Bem, esse mundo de tons róseos é o
que todos queremos. No mundo real, só o tempo poderá dizer se essas
expectativas favoráveis acharão guarida no mundo real e na tirania dos fatos, dos interesses e das paixões.
E que, no
vendaval de incongruências desse mundo louco e globalizado, lembramos que para nós, pobres mortais, a
verdade-verdadeira está cuidadosamente oculta nos bastidores desses magnos eventos, devidamente camuflado no
protocolo, nos apertos de mão, nos comunicados de imprensa, nas fotografias com
as elegantes esposas, nos banquetes e no trabalho competente de graduados
assessores.
No andar
da carruagem, num ano de 2017 repleto de alternativas, quem sabe não tardaremos
muito para ter um vislumbre daquilo que realmente aconteceu nesse encontro que,
pelas circunstancias especiais, tem tudo para ficar na Historia das relações
entre os dois gigantes.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
TEMPOS INCERTOS
Sem dúvida, participamos de um tempo de conflitos
alucinantes, onde o entrechocar de ideologias, interesses e paixões assaltam
nosso universo mental buscando o predomínio dessa ou daquela imagem psíquica
que melhor represente o mundo no qual existimos.
Imagem que, de qualquer ponto de vista, é
mutante, de vida transitória, sem raízes em nosso espírito e que, de modo
implacável, é açoitada continuamente por um dilúvio de novas ideias,
descobertas e mudanças incontroláveis que teimam em mergulhar o individuo em
rios de águas que correm alocadas para mares de confusão, incredulidade e
desamparo.
Isso ajuda, se para outra coisa não serve, na
explicação para a proliferação de
conflitos, a fragilização da família, o aumento do consumo de drogas, a
banalização do sexo, a discriminação preconceituosa das diferenças, o uso
crescente da violência, o desrespeito da ética, a promoção do consumismo, o
esquecimento da solidariedade, enfim, a lista de buracos negros no tecido
social parece aumentar na medida em que somos arrastados na busca desesperada
de alguma coisa – qualquer coisa – que proporcione sustentação e guia crível no
caminhar para um futuro que atenda nossos anseios e esperanças.
Nesse cenário caótico, os grandes atores - o
ESTADO, as LEIS, a JUSTIÇA e o DIREITO – precisam urgentemente
(desesperadamente¿) serem realmente acessíveis para as PESSOAS, essa massa de
desconhecidos que, queiram ou não, aceitem ou não, é a razão primeira de toda a estrutura organizacional de uma Nação.
Às vezes, entre as tantas duvidas que assaltam
nosso quotidiano, fica a interrogante das razões que impedem que a maioria das
pessoas – seria pedir muito?- possam, se não entender, pelo menos acreditar no Sistema de Justiça, que mais se parece a
uma torre de babel elevada para além da compreensão dos míseros mortais, apenas
reconhecida pelo saber convencional como o castelo que guarnece os interesses
dos poderosos, políticos e magnatas, de preferência.
É preciso, para que a democracia seja algo mais
que uma palavra vazia para ser usada como muleta ou desculpa para explicar
inverdades, simplificar. E, depois, simplificar. E continuar simplificando, até
terminar com o anátema popular: Para que
simplificar, se podemos complicar¿.
Essa simplificação
– utopia? - seria muito importante para combater a corrupção, que entre seus aliados infalíveis e sempre
dispostos a servir seus propósitos inconfessáveis, merecem destaque especial: As leis, que esquecem a Justiça e o Interesse Público; a burocracia, em todos
seus níveis e formas; a
ambição, que destrói o
caráter; as organizações, quando seus líderes carecem de firmeza
moral; os costumes, que petrificam os maus hábitos no
altar do “sempre foram assim”. Bem, vocês podem também descobrir muitas cabeças
mais para esse monstro que, abertamente ou às escondidas, cobra uma parcela de
nosso bem estar.
Será proveitoso refletirmos por um momento sobre
a imensidão dos ensinamentos de Confúcio que, 2.500 anos atrás, conseguiu
traduzir seus ensinamentos sobre ética,
governança, sociedade, respeito, família,
visão harmoniosa da vida, felicidade, relações humanas, amor, natureza,
enfim, seus preceitos fluem como uma corrente luminosa de virtudes que dão
origem a um mundo melhor.
E, pasmem, tudo simplificado em poucas centenas
de frases!
Esculpida em jade sobre um mural emblemático no Templo do Céu
próximo da encosta Sul do Himalaia, erigido em homenagem a Confúcio, brilham as
palavras plenas de sabedoria do grande mestre refletidas nas cores douradas do
pôr do sol: “Só os homens nobres (em
termos morais) deve governar e, obrigatoriamente, devem rodear-se de homens
virtuosos. As ações do homem nobre no estado e na sociedade são expressão de
sua moral e de sua obediência filial, adquiridas mediante a prática constante”.
Pena que a sabedoria desses conceitos não encontre guarida
nesse cenário louco onde transitam, geralmente impunes, os gestores máximos dos
mais valiosos bens da Nação.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
LEMBRANDO A GRANDE DÍVIDA
Agonia
Muitos afirmam – provavelmente
com razão – que os anos recentes, notadamente a partir de 2008, serão lembrados
além de palco da primeira catástrofe econômica do Século XXI como o
período do início do fim do capitalismo, pelo menos tal como o conhecemos
hoje, dependente que é do poder anônimo, tirânico e absoluto do “deus
mercado”, que dita as regras e a forma do “sistema”.
Até
pode ser. Mas já não restam dúvidas: Está chegando a hora de questionar os
antigos dogmas que ditam a forma de produzir e distribuir riquezas e
que, de um modo ou outro, conseguiram entronizar nos últimos três séculos o “mercado”
como a verdade suprema do saber e fazer econômico.
Em
resumo, “coisas do sistema” – institucionalizado praticamente na segunda década do Século XX
no fragor da 1ª Guerra Mundial – e que, queiramos ou não, gostemos ou não,
governa a economia do Planeta, fielmente protegido por umas 5.000 grandes
organizações internacionais. E, como é natural, por milhões de ingênuos,
entremeados por aproveitadores e corruptos.
O efeito colateral
Em recente relatório, a Oxfam, organização líder mundial na
sistematização e análise de informações sobre distribuição da riqueza
globalizada e que assessora a ONU sobre o tema, publica dados que revelam claramente
que vivemos num mundo profundamente desigual, donde apenas 1% da população mundial
acumula 99% da riqueza planetária.
(Repito
a lembrança. É importante!).
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
DESIGUALDADE & GLOBALIZAÇÃO
DESIGUALDADE
& GLOBALIZAÇÃO
Não é de
hoje que renomadas instituições pelo
mundo afora divulgam advertências avisando do perigo do impacto negativo da globalização sobre países do
terceiro mundo, onde esse sistema de relacionamento econômico entre as nações –
admitamos, de virtudes inegáveis - parece ser, de modo direto ou indireto, a
causa do surgimento de um novo
colonialismo, evidenciado no aumento da supremacia dos países ricos sobre os menos afortunados, o que, de certo modo, lembra aziagos
tempos que deixaram uma longa sequela de
desgraças em boa parte do Planeta.
É
claro que o termo “globalização” suscita embates eletrizantes entre os que
estão a favor - que apontam os resultados positivos - derivados do crescimento espetacular do
comércio, do turismo e dos investimentos internacionais - com aqueles
preocupados com a concentração crescente da riqueza, o aumento do desemprego, o
escasso dinamismo do crescimento em dois de cada três países do Planeta e a
falta de respostas contundentes para as disparidades sociais.
Ou colocado sob outro ponto de vista: Ganha
espaço nas mesas de discussão a ideia de que a globalização não favorece os
povos, muito menos os países pobres e, pelo contrario, de forma intensiva,
privilegia discriminadamente os países ricos e seus rebentos mais festejados,
as grandes corporações, essas sim as grandes beneficiárias da
internacionalização da economia mundial.
E não apenas
os países da periferia são incluídos como prejudicados, senão que também uma
parte importante da população das nações ricas sofre com os resultados desse
processo, que Antonio Guterrez, novo Secretário-geral da Organização das Nações
Unidas (ONU), classifica como “os
perdedores da globalização”.
De muitos
modos, eles se sentem ignorados pelos políticos, o que aumentou o apoio a
agendas nacionalistas, como nas eleições dos Estados Unidos e no referendo para
saída do Reino Unido da União Europeia, exemplo que tem um alto potencial para
alastrar-se por outras nações do Velho Continente.
Temos que
aceitar que não se pode mais escapar à comunidade global, embora nossa vida fosse
(quem sabe) provavelmente mais fácil se
o mundo deixasse de interferir em nosso caminho. Mas já que isso não é
possível, teremos pela frente, queiramos ou não, a inevitabilidade de
compartilhar mais riscos de flutuações indesejáveis da economia globalizada e haverá sempre uma boa chance de
que algo saia errado em alguma parte do mundo e venha atrapalhar nossa
“tranquilidade”.
Nas últimas
décadas, os exemplos são claros em deixar a descoberto essa dependência e
confirmar que todos dependemos de todos, para o pior ou o melhor.
Agora,
parece mais que evidente que nesse garimpar de um caminho novo – seja lá o que
isso venha significar nesse entrechocar de mundos em colisão – não pode ficar
nenhuma dúvida que, de todos os modos imagináveis, é fundamental para as nações
que pretendem sobreviver nos séculos vindouros investir pesadamente e perseverar continuamente na busca de mais
conhecimento, amparado na inovação e na
modelagem do espírito com princípios
éticos e morais, sem os quais as grandes construções humanas não passam de
gigantes com pés de barro.
Aqui, na
terra descoberta por Cabral, temos um imenso desafio para transformar o Brasil
em uma nas nações de vanguarda – no mais amplo sentido do termo – nas próximas
décadas desse Século XXI que, ainda que pleno de incertezas, não deixa de
oferecer a oportunidade de atender os anseios de um tempo cada vez melhor.
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